Crônica para alguem distante
Abra a janela,
Olhando para o horizonte verá luzes, da cidade, do cais, dos barcos em alto mar, de milhares de anos luz transpondo o espaço escuro infinito. Do outro lado dessa visão estão olhos que tudo isso vêem de um lado oposto, entre o dois rostos um fio de saudade, um grito que ecoa entre a ampla sensação do estar sozinho e tão bem acompanhado. Firma o pensamento e incendeia a carta que falava da distância, do vazio, do acaso, pensa no tempo como ente relativo e tenta um passo em direção a escada que leva a porta, sai e atravessa a praça, o beco, o bairro, o além horizonte, viaja nas luzes. Some do mapa e aparece ao acaso pelo menos para um café em um fim de tarde.