Tem coisa que a gente só faz uma única vez na vida.
Apesar de ainda resfriada, cansei de descansar.
Acordei mais cedo e fui colocar coisas da casa em seus devidos lugares - amo a sensação de casa vazia.
Preparei o almoço, coloquei roupas na máquina de lavar, e resolvi fazer o trabalho que muitas vezes vi minha mãe realizar com facilidade: mudar a capa de um travesseiro de penas.
Felizmente só temos UM desses que, provavelmente, comprei num raro dia frio ou que eu estava com febre.
Moramos em casa; por isso ainda tenho uma bacia de alumínio (que será doada em breve) cujo diâmetro é de 90 cm.
Acreditem: o conteúdo de UM único travesseiro encheu a bacia e um pote plástico pra lixo reciclável de 50 l.
Foi só começar a esvaziar o travesseiro com aquela penugem toda, eu me arrependi.
Mas se minha mãe fazia isso pra ela, marido e oito filhos quem sou eu pra fugir da raia?
Disse com meus botões: se ventar estou frita!
Nisso chegou o marido conselheiro: _Você não está pensando em deixar isso aí até amanhã, né? Se ventar vai ser um desastre. Porque não colocou isso no lixo? Etc., etc... E eu:
“Aceito ajuda. Qual é a sua sugestão?”
Sem responder ele enfiou as penas da bacia num saco plástico de 150 litros.
Almocei pensando: gostei da ajuda; facilita bem na hora de colocar tudo de volta na capa nova.
Não satisfeito, o marido ainda lavou a área para que o cachorro não tivesse contato com as penugens. Não todas, porque algumas ficaram no meu nariz, cabelos, roupas...
Tem coisa que a gente só faz uma única vez na vida.