VOCÊ JÁ OUVIO FALAR DE JULIA DE BURGOS?...*

São seis horas e cinco minutos desde novo dia que se inicia, em pleno outono em que as temperaturas pela manhã estão mais frias, que pode ser o prenúncio de um inverno rigoroso que se aproxima...

Domingo à noite sintonizamos a TV Senado, estava passando um documentário dedicado a uma poetiza que viveu tão somente 39 anos, mas que, deixou marcada a sua presença, através desta arte, expressar seus sentimentos por palavras, que “espelham” suas tristezas ou alegrias naquele exato momento de sua vida.

A profundidade de suas palavras, declamadas por duas senhoras, que enalteciam os versos desta personagem, nos chamou a nossa atenção; confessamos aos nossos prezados leitores (as) que foi a primeira vez que ouvimos mencionar o seu nome*...

Nascera no segundo mês de 1.914; era denominada a “Bela Época”, em que, a humanidade viveu em paz durante alguns anos, com o início da era industrial, que vinha dar mais conforto as pessoas, as guerras parareciam coisa do passado, ledo engano, pois logo depois começaria o primeiro conflito mundial...

Filha de uma família numerosa de onze irmãos e irmãs; ela crescia e parecia ser uma criança comum como tantas outras de sua idade, porém, desde pequena com muita vivacidade, demonstrava interesse e facilidade de aprender; se dedicada aos estudos com afinco, finalmente obteve o seu diploma de professora, todavia, não exerce a promissão por muito tempo e no decorrer de sua curta existência, foi jornalista e eventualmente, exercendo profissões mais humildes para sua subsistência...

Mas, o “foco” principal de sua vida era a poesia, alma sensível, porque não dizer sofredora, incompreendida, teve as frustrações de três casamentos que não deram certo, isto certamente abalou o seu estado de espírito, que levariam a escrever àqueles momentos de sua alma; apesar de tudo suas poesias, não se restringiam ao individual; falava também da “libertação” das mulheres, de seus direitos, de serem livres para escolherem seus próprios caminhos, numa época de extremas discriminações; do mesmo modo estendia também aos países, nenhum povo é “inferior” ao outro e por isto deveria ter a liberdade de serem livres e “donos de seu destino...

Sua breve vida não se restringiu a seu país de origem, esteve em Havana, para encontros literários, e finalmente fixou residência nos EUA, Nova Iorque; já no acaso deste presente existência, com a saúde debilitada; o inverno daquele ano estava extremamente rigoroso, sai a caminhar, inesperadamente tropeça e cai, alguns minutos depois é socorrida e levada a um hospital, mas já era tarde demais, o seu estado de saúde é irreversível, a pneumonia se agravava e ocasiona o seu desenlace. Não portava nenhum documento, é sepultada como indigente... Dias depois, tudo foi esclarecido, sua identidade foi levada as autoridades, dias depois os seus restos mortais são levados a seu país de origem para receber as justas homenagens, pois era uma consagrada figura no mundo literário, reconhecida pelo seu trabalho em vários países...

Semelhante a um pássaro que deixou de “cantar” ela se foi, ficaram poucos livros seus e teve mais um editado após a sua morte...

Alma lúcida, sensível, que viveu além de seu tempo, por meio de suas poesias, e através da “construção” de suas palavras, expressaram o seu estado d´alma, em que na vida há momentos de alegria e tristeza, pois é a condição de um “ Mundo de Provas e Expiações”, no dia 17 de fevereiro deste ano completou o primeiro centenário de seu nascimento; com certeza, os que são ligada a esta arte, - a poesia. - lembraram e reverenciaram o seu nome...

“Adeus em Welfare Island”

Por: Julia Burgos

Tem que ser aqui,

direito este exemplo,

meu grito ao mundo.

Meu grito que não é mais

meu,

mas a dela e sua para sempre,

os camaradas de meu silêncio,

os fantasmas da minha

sepultura. (11)

*Nomes e datas compilados da Wikipédia.

Julia Constancia Burgos Garcia

Nasceu em Carolina, Porto Rico, no dia 17 de fevereiro de 1.914.

Seu desenlace ocorreu em Nova Iorque, no dia 6 de julho de 1.953.

Curitiba, 13 de maio de 2. 014 - Reflexões do Cotidiano - Saul

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