O JARDIM DAS 9:30 ...

Ele passeava todos os dias às 9:30 por aquele jardim,

encontrava sempre uma flor que desabrochava as vezes

na madrugada ou quando raiava o dia. Como lhe fazia

bem o cheiro dessa flor-poesia.

Um dia acordou sentindo um grande vazio, sentiu vontade

de ir ao jardim mas não se moveu. Não foi aquele dia e nem

nos outros dias que sucederam. Uma tristeza enorme tomava

conta do seu ser e não sentia vontade de nada.

Já nem escrevia mais.

E assim se passou muito tempo sem que voltasse a se cumprir

a rotina das 9:30.

Mas depois recuperado, ego com sede de versos, voltou ao jardim, para sua surpresa haviam colocado um cadeado no portão, podia

ver o jardim mas não podia entrar, não conseguia da bom dia a sua flor-

poesia.

Hoje todos os dias vai até lá e consegue ver por cima do muro que todos os dias nascem novas flores.

Mas o cadeado ainda está no portão e isto o deixa longe.

Longe... longe.... longe... daquele jardim.

Geraldo Rolim
Enviado por Geraldo Rolim em 10/06/2015
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