O JARDIM DAS 9:30 ...
Ele passeava todos os dias às 9:30 por aquele jardim,
encontrava sempre uma flor que desabrochava as vezes
na madrugada ou quando raiava o dia. Como lhe fazia
bem o cheiro dessa flor-poesia.
Um dia acordou sentindo um grande vazio, sentiu vontade
de ir ao jardim mas não se moveu. Não foi aquele dia e nem
nos outros dias que sucederam. Uma tristeza enorme tomava
conta do seu ser e não sentia vontade de nada.
Já nem escrevia mais.
E assim se passou muito tempo sem que voltasse a se cumprir
a rotina das 9:30.
Mas depois recuperado, ego com sede de versos, voltou ao jardim, para sua surpresa haviam colocado um cadeado no portão, podia
ver o jardim mas não podia entrar, não conseguia da bom dia a sua flor-
poesia.
Hoje todos os dias vai até lá e consegue ver por cima do muro que todos os dias nascem novas flores.
Mas o cadeado ainda está no portão e isto o deixa longe.
Longe... longe.... longe... daquele jardim.