NAMORAR

NAMORAR

Há tempos, namorar era um encontrar de olhos, uns sorrisos acanhados, um passeio de mãos dadas, umas conversas meio sem pé nem cabeça cheias de verdades imaginadas, um primeiro beijo roubado, um cinema sem filme, um Dulcora de hortelã embrulhadinho um a um, um Sonho de Valsa para agradar, muitas propostas recusadas, um passeio só até as 10, um portão de testemunha, um para com isso, uma paixão contida, um beijo assanhado de despedida.

Nestes tempos modernos, namorar virou ficar, bastando um olhar maroto, um beijo de afogar, para tudo acontecer em uma noite e não deixar vestígios de querer bem, e mais.

Tudo bem que os tempos são outros, tudo anda a velocidade da luz ( elétrica ), mas eu penso , que pelo menos no namoro as coisas não deveriam ser tão (a)celeradas, que o romantismo ainda se fizesse presente, que uma luz de vela bruxuleante iluminasse um jantar de namorados e que a paixão fluisse para o amor e não para um momento fisiológico, meramente carnal.

Enfim, são sentimentos de um romântico inveterado, que vão submergindo dia após dia, afogados pelas necessidades de um mundo de prazer instantâneo, como se não houvesse amanhã.

FELIZ DIA DOS NAMORADOS ( se possível a moda antiga ).

Arnaldo Ferreira
Enviado por Arnaldo Ferreira em 10/06/2015
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