O velho, o menino e o burrico

* Essa estória me foi contada há 40 anos e talvez a sequência dos fatos não esteja correta, mas a mensagem foi preservada, provando que ainda hoje podemos utilizá-la como exemplo.

O VELHO, O MENINO E O BURRICO

Certa feita seguiam pela estrada o velho e o menino, montados em um burrico. O animal apresentava sinais de exaustão, em função do peso excessivo que carregava. Ao se depararem com alguns viajantes, estes comentaram: “Que pessoas sem coração, judiando de um pequeno e indefeso burrico...”.

Ouvindo os comentários, o velho decidiu aliviar a carga do animal seguindo a pé, enquanto o menino permanecia no lombo do burrico. Mais adiante, cruzaram com algumas pessoas, que ao verem o velho caminhando e o menino montado, disseram: “Mas que menino sem coração, deixar o pobre velho caminhar enquanto ele, jovem e saudável, permanece tranquilamente montado...”.

Mais uma vez ao ouvir as críticas, o velho resolveu inverter a situação. Fez descer o menino, subindo ele próprio no lombo do animal. “Assim”, pensou ele, “não haverá ninguém para dizer algo, pois o menino com certeza é forte o suficiente para suportar a caminhada”.

E a viagem prosseguiu. Novamente, encontraram outras pessoas que ao avistarem a cena, logo foram dizendo: “Como pode, o velho se aproveitar de um inocente menino... Deixando o garoto assim tão jovem, caminhar tanto?”

Impaciente com a situação, o velho desmontou imediatamente. “Agora”, pensou ele enquanto caminhavam ambos ao lado do burrico, “não haverá ninguém para dizer algo, pois seguimos cada qual com nossas próprias pernas”.

Mais algum tempo de caminhada e ao se aproximarem de um novo grupo de viajantes, ao observarem o velho e o menino desmontados, comentaram: “Vejam que ignorância, o velho e o menino caminhando e o burrico sem carga nenhuma”?

CONCLUSÃO:

“NUNCA, EM HIPÓTESE ALGUMA, CONSEGUIREMOS AGRADAR A TODOS NESSA VIDA.”

Por mais que se faça bem feito alguma coisa, sempre haverá alguém para lhe criticar; por mais que se faça algo com dedicação e empenho, sempre haverá alguém para lhe dizer que o seu trabalho não foi o suficiente; por mais que se procure, de alguma forma, mostrar ao próximo que a união faz a força, ainda se ouvirá daqueles que só querem se esquivar de alguma responsabilidade, que você está querendo fazer tudo sozinho... E finalmente, por mais que se tente unir as pessoas, ainda assim, alguém dirá, talvez até alguns amigos mais próximos, que você está querendo colocar uns contra os outros, para seu próprio benefício. Portanto, a melhor maneira de conviver com personalidades tão distintas, é fazer a sua parte, sem se importar com a opinião e atitudes alheias. Talvez, essa seja uma receita razoável para a interação pacífica com todos aqueles que nos rodeiam.