OBRAS MEMORÁVEIS NÃO DEVEM SER ESQUECIDAS...

A cento e sete anos era novamente iniciada, - já havia havido duas tentativas antes que terminaram em fracasso. - a 15ª Ferrovia no Brasil * desta feita, porém, com um empreendedor estadunidense de renome internacional pelas obras que já havia realizado; *estamos no início do século XIX no ano de 1.907, um pequeno exército de 20 mil pessoas de 50 diferentes nacionalidades, e uma pequena cidade teve que ser fundada...

Imagine os desafios, construir uma ferrovia de 366 quilômetros na região Amazônica, sem os modernos recursos tecnológicos de hoje disponíveis; muitos eram os obstáculos, principalmente com as doenças tropicais e as intensas chuvas periódicas; mesmo com a presença do sanitarista Oswaldo Cruz; apesar de seus esforços, para imunizar os trabalhadores das doenças inerentes à região, centenas de operários faleceram, o que a tornava a cada vez mais difícil para ser executada...

“Espalhava-se o mito de que, mesmo com todo o dinheiro do mundo e a metade de sua população trabalhando nas suas obras, seria impossível construí-la.” *

Os trechos da ferrovia paulatinamente, com os exaustivos esforços dos operários de várias nacionalidades foram se tornando uma realidade; apesar de que muitos não estariam “presentes” neste plano para evidenciarem o termino das obras; quando, finalmente, no dia 30 de abril de 1.912, foi solenemente inaugurada, quanto custou? Quantas vidas fora sacrificadas para que isto acontecesse? O país concretizava uma compensação a Bolívia, que reedificava o antigo território do Acre, - hoje Rondônia. - que passaria a ser realmente do Brasil, e para compensar este país seria “ofertado” esta ferrovia que custou recursos financeiros bem elevados e de vidas que não tem preço...

Os países que mais se desenvolveram foram os que souberam dar as ferroviárias a prioridades de seus sistemas de transportes, o nosso país infelizmente não segue esta regra, muito embora não sejamos radicalmente contra ao transporte rodoviário, concomitantemente, as duas modalidades deveriam “caminhar” juntas, e não priorizar-se uma em detrimento de outra...

O nosso país “teima” em andar a contramão da história; “depois de 54 anos de atividade a Estrada de Ferro teve a sua desativação determinada pelo então presidente da República Humberto Alencar Castelo Branco, (20/09/1.897 - 18/07/1.967) - qual a razão de não se manter as duas alternativas de transporte? - A ferrovia foi substituída por uma rodovia; - que malfada atitude! - a fim que não se configurasse rompimento e descumprimento do acordo celebrado em Petrópolis, em 1.903. - feito por Barão do Rio Branco, - José Maria da Silva Paranhos Junior - (20/04/1.845-10/02/1,912) com os representantes do governo da Bolívia; notável Diplomata que se notabilizou pela sua atuação no final do século XIX e início do seguinte -Tal rodovia materializou-se nas atuais BR- 425 e BR- 364, que liga Porto Velho a Guarajá-Mirim. Em 1.972” *

Hoje, depois de passado estes anos, refletimos; quais os reais motivos de desativar uma ferrovia que funcionava a 54 anos, cujos custos, repetimos, e a perda de vidas que não têm preço; qual foram os custos totais, mão de obra, e os componentes da ferrovia, talvez jamais saibamos o montante exato, certamente, o empreendedor a tudo calculou; enfim esta atitude de “abandonar” a ferrovia pronta para construir uma rodovia, acabou sendo um desperdício de dinheiro público, que evidencia que é uma prática bem antiga...

*Nomes e datas da Wikipédia.

* “A Estrada de Ferro Madeira-Mamoré (EFMM) é uma ferrovia, no atual Estado de Rondônia. Foi a 15ª ferrovia construída no país, tendo as suas obras sido executadas entre 1.907 e 1.912. Estende-se por 366 quilômetros na Amazônia, ligando Porto Velho a Guarajá-Mirim, cidades fundadas pela EFMM.

O empreendedor estadunidense Percival Farquhal, aceita o desafio e teria afirmado “(...) vai ser o meu cartão de visitas”.

*O Século XXI: o tombamento. ... Após cinco de paralisação, em 2 de novembro de 2.005, uma composição faria uma única viagem, transportando para participar de uma missa de finados no cemitério da candelária, em memória às centenas de operários de diversas nacionalidades que faleceram durante a construção da ferrovia...

Curitiba, 09 de abril de 2.014 - Reflexões do Cotidiano - Saul

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