O Teste de Fidelidade
Lá pras bandas do meu sertão, ainda nos anos de 1970, o irmão solteiro resolveu testar a fidelidade de seu irmão casado, muito disciplinado, todo ético e moralista, visto por todos como o homem que jamais “pulou a cerca.” Procurou uma mulher “da banda voou”, que hoje chamaríamos de “mulher de programa”, e lhe fez uma proposta para assediar seu irmão, na intenção de comprovar a sua fidelidade ou, em caso contrário, alardear para os amigos que não há homem fiel, quando bem assediado por uma experiente mulher.
Eis que a mariposa, considerada boa no pedaço, sai toda confiante de que vai fazer aquele homem não resistir às suas insinuações, caindo nas tentações. No dito popular, pularia a cerca pela primeira vez. Diante das insistentes cantadas, ele achou que a mulher estava realmente carente de sexo. Então, parte para a solução do problema.
_ Olha, eu sou um homem casado e estou muito satisfeito com a minha mulher. Procure meu irmão que é solteiro e ele naturalmente vai saciar os seus desejos. E eis que ela volta para o irmão, trazendo a “prova dos nove” confirmando que o irmão casado era realmente um homem fiel.
Ainda nos dias de hoje, independentemente de classe social ou lugar em que vive, o homem, por uma questão ética e moral, pode se enquadrar no comportamento daquele sertanejo que jamais pulou a cerca. É uma questão de respeito a si próprio e ao parceiro, cumprindo o juramento de que “na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, hei de amar até que a morte nos separe”. Independentemente do sentido religioso, o casamento é um contrato, cujas cláusulas devem ser respeitadas. Do contrário, pode ser desfeito e cada um segue o seu rumo. Livres, então, qualquer ato deixa de ser traição, não havendo aí “o pulo da cerca”. .