O Futebol de Ontem e de Hoje (3a Parte)
Em 1944, outra vez o Palmeiras foi o campeão paulista. O alviverde disputou palmo a palmo com o São Paulo que foi o campeão paulista de 1943. Nesse ano de 1944 o São Paulo aplicou grandes goleadas em várias equipes, durante o campeonato. O tricolor havia montado uma equipe para ser campeã várias vezes seguidas. Com a vinda de Antônio Sastre, grande ídolo na Argentina, além de Valdemar de Brito grande atacante, um pouco veterano, mas com uma classe e mobilidade espantosas.
Então, o São Paulo tinha um quadro formado por King, Piolim e Virgílio; Zezé Procópio, Zarzur e Noronha; Luizinho, Sastre, Leônidas da Silva, Remo e Pardal. O Palmeiras cruzou seu caminho e foi o campeão paulista com Oberdam, Osvaldo e Caieira; Valdemar Fiume, Og Moreira e Gengo; Gonzáles, Lima, Caxambú, Viladonica e Jorginho. E nessa partida decisiva o São Paulo formou com King, Piolim e Virgílio; Zezé Procópio, Rui e Noronha; Luizinho, Sastre, Leônidas da Silva, Tim e Pardal.
O resultado foi Palmeiras 3 x 1 São Paulo. Arbitragem de João Etzel. Data 17 de setembro de 1944. O Palmeiras, sob o comando de Armando Del Débbio foi o legítimo campeão paulista. Naquele dia foi um desfile de grandes jogadores. O São Paulo tinha Tim, Leônidas da Silva, Luizinho, Sastre, Rui, Noronha, Zezé Procópio. Todos jogadores de seleções brasileira ou argentina. O Palmeiras tinha Oberdam, Caieira, Osvaldo, Og Moreira, Valdemar Fiume, Gonzáles, Viladonica, Lima, todos jogadores consumados, tanto no Brasil quanto na Argentina e no Uruguai.
Uma curiosidade: nessa partida. Dacunto, uruguaio que era grande figura da defesa palmeirense, não pode jogar. Segundo cronistas da época o São Paulo mexeu seus pauzinhos para que Dacunto fosse suspenso por 1 jogo. E dai ele ficou de fora da partida decisiva. Também o técnico palmeirense Bianco não pode orientar o Palmeiras no jogo decisivo. Foi substituído por Ventura Cambom. O time do São Paulo foi orientado por Jorge Lima, o popular “Joreca”.
O São Paulo voltou a ser campeão em 1945 e em 1946, ou seja bicampeão paulista. O São Paulo manteve a base de 1943 e chegou à final de 1945 contra o Palmeiras, já com o título assegurado. O São Paulo formou com King, Piolim e Virgílio; Bauer, Zarzur e Rui; Luizinho, Sastre, Leônidas da Silva, Remo e Teixeirinha. O Palmeiras, no jogo final, formou com Oberdam, Caieira e Junqueira; Túlio, Og Moreira e Valdemar Fiume; Gonzáles, Lima, Osvaldinho, Viladonica e Canhotinho. Resultado dessa partida São Paulo 1 x 1 Palmeiras. Os gols foram de Túlio para o Palmeiras e o próprio Túlio (contra) para o São Paulo. O árbitro foi Arthur Cedrim. Foi mais um grande confronto (o jogo entre essas duas equipes é denominado de “choque-rei”) para a história, que muitos cronistas não conhecem.
O São Paulo voltou a vencer em 1946 mas teve o Corinthians, sempre em seu encalço. O Corinthians esperou uma escorregada do São Paulo, mas isso não aconteceu. Num choque direto (“o Majestoso”, como é denominado o clássico) naquele campeonato, o São Paulo venceu por 2 x 1 o Corinthians, em 29 de setembro de 1946, no Pacaembu com mais de 50 mil pessoas, e arbitragem de João Etzel.
As Equipes formaram assim: São Paulo com Gijo, Piolim e Renganeschi; Rui, Bauer e Noronha; Luizinho, Sastre, Leônidas da Silva, Remo e Teixeirinha. Corinthians com Bino, Domingos da Guia, Aldo; Palmer, Hélio e Aleixo; Cláudio, Baltazar, Servílio, Rui e Válter. Os marcadores foram Leônidas (2) e Baltazar. Mais um grande clássico da nossa história.