Pequenas Memórias
Muitas vezes, em nossa vida, o passado volta à tona e nos condena à nostalgia. Hoje mesmo, encontrei umas velhas cartas que um primo de meu pai o escreveu, em meados de 1973, longos 40 anos atrás.
Olhando aquele velho pedaço de papel carcomido e empoeirado pelo tempo, fiquei sentindo o peso da história das nossas vidas, pois ao longo do tempo, temos nossa história contada por nós mesmos e, apenas, importando para nós. Nossos amores, as amizades que vem e vão, as lembranças que serão perdidas se o Alzheimer chegar, ou pela caduquice mesmo.
A importância dos momentos é feita no futuro, quando relembrados. Mesmo pessoas desapegadas relembram. Será que quero, daqui 50 anos, se vivo, olhar para o passado e lembrar-me, apenas, dos fins de semanas morgados, deitados e das séries assistidas? Será que quero olhar para trás e relembrar de todos os momentos não vividos? Lembrar-me dos dias presos nas grades do lar doce lar?
A vida é passageira, feita de momentos e lembranças. Quais serão as lembranças que eu vou lembrar quando tiver 50 anos? Espero que um dia possa lembrar também desse dia. E, também, lembrar dos dias que perdi, e lamentar por não ter percebido antes, que precisava tê-los vivido, pois o tempo não perdoa.
Ah... e, os amores? Os amores que não vivi. Será que os que vivi valeram a pena? É claro que valeram. Foram infinitos, enquanto duraram. Os poucos amigos que me acompanharam nessa jornada, será que estarão comigo, ainda? Não sei.
Mas, tudo que sei é que ainda ouvirei as mesmas músicas e que, quero muito não esquecer as pequenas memórias.