Primeiro encontro
Eles estavam chegando em seu primeiro encontro. O Sol estava baixo, mas ainda brilhava. Não estavam se falando, mas ambos estavam em sincronia: seus corações aceleravam e se acalmavam ao mesmo tempo, mas conforme iam se aproximando, tudo o que poderia haver em suas mentes, sumia, desaparecia, as sinapses não se davam mais e de repente um fica de frente pro outro. Um oi tímido é dado, os olhos se olham, mas logo fogem buscando conforto em algum outro lugar, talvez desejando um local distante de toda aquela bagunça. Um abraço é dado e seus corpos se conhecem enfim, há vontade de permanecerem assim juntos por mais tempo. O abraço permanece na memória, enquanto caminham juntos em direção ao parque que estava para recebê-los.
No parque as coisas ficam mais leves, há uma conversa um pouco tímida. De vez em quando seus braços acabam se tocando enquanto as pernas se movimentam em direção ao desconhecido. Antes de sentarem-se num banquinho ficam ali parados, imóveis, ansiando por uma atitude do outro que parece nunca chegar. Esses cinco segundos pareceram de fato cinco longos dias, mas enfim acabam por sentar.
O tempo passa, os pássaros olham de cima das copas aquilo tudo acontecer e os dois se perguntam o que eles deveriam estar pensando... tudo não passou de hipóteses jamais respondidas.
Um deles pede para tocar as mãos do outro, a energia é sentida de imediato. As mãos se fecham, os dedos se entrelaçam, se beijam. Os olhos castanhos adentram aos verdes e se mesclam, se beijam também.
Eles se levantam, vão dar uma outra volta. Antes, porém, as duas mãos se abraçam novamente. Ele coloca os dois braços do outro para trás, se aproxima devagarinho, como uma águia planando lá em cima do céu e toca seus lábios com os seus. De leve. Um selinho. O olhar voa para bem longe, talvez uma praia, talvez um campo aberto com uma só árvore. Isto não importa agora, mas os dois acabaram indo para o mesmo lugar. E desejaram que este lugar existisse mesmo. Desejaram pelo dia seguinte e por todos os outros de suas vidas.