O melhor possível
Desde que aqui chegamos, você se integrou ao movimento escoteiro e, como lobinha, viveu durante todos estes anos imbuída de seu lema, transformando-o em ideal e filosofia para a sua vida – o melhor possível – não só quando uniformizada ou participando das atividades do grupo, mas durante todos os demais momentos.
Admirava-me vê-la tão pequenina e com tamanha responsabilidade, às vezes privando-se de festas e reuniões com as suas outras amigas, ou deixando de viajar nos finais de semana, para não faltar às reuniões de sua alcatéia, de seu 40, sempre coerente com a sua promessa de lobinha.
E partilhamos com você toda a alegria da montagem das barracas para vender chocolate e pipoca nas festas juninas, que fazíamos questão de decorar com bastante lâmpadas para que ela ficasse a mais bonita de todas, fosse “o melhor possível”; e posso vê-la, correndo, pura felicidade, saindo com a bandeja cheia de sacos de pipoca para oferecer aos que passavam, ou postando-se à frente da barraca gritando: olha a pipoca fresquinha, olha o chocolate quentinho... se aproxima, minha gente, vem experimentar, é baratinho, é só um real...
E acompanhava, tão ansioso quanto você, os dias que faltavam para os acampamentos, verificando juntos os equipamentos, enrolando o saco de dormir, organizando a sua mochila, com todos os acessórios indispensáveis: o uniforme, os pratos, talheres, roupas, material de higiene, a lanterna, o cantil e, o que era mais importante, a sua capa do fogo do conselho.
E com que orgulho você a vestia, dizendo para os seus amigos que era um poncho gaúcho que sua avó lhe dera e que você própria o incrementara com os broches e adesivos de que mais gostava, sempre preocupada com os detalhes, sempre vaidosa. E gostava de vê-la, à noite, com os seus amigos ao redor da fogueira, ouvindo o Padre Selvagem, participando das brincadeiras, realmente tudo, todos, sempre “o melhor possível.”.
E com que amor vimos os seus olhinhos brilhando quando, no último acantonamento, você nos viu chegar para ajudarmos nos serviços de cozinha e, mais ainda, quando a vimos condecorada com a faixa de “a melhor possível”, feita de papel higiênico e que você exibia como o maior dos troféus.
E vejo-a desfilando pela avenida com o seu pelotão, garbosa, consciente do lema que você apreendeu, assimilou e viveu, tentando fazer de cada momento de sua vida, transformar a sua própria vida em “o melhor possível”. E em minha memória ainda ecoa o grito de guerra de sua alcatéia: lobinhos, o melhor possível...
Hoje, vejo-me aqui sozinho, abraçado com a sua capa do fogo do conselho, de onde ainda exala o seu perfume, e nela ainda sinto o seu calor e, entre lágrimas, constato que, para mim, o seu maior legado não foi somente a alegria, o carinho, o amor que você nos deu, pois tudo isso se transformou, junto com você, em imensa saudade. Seu maior legado, filha querida, minha terna e eterna lobinha, foi fazer com que eu tente seguir seus passos e procure em tudo, sempre, em cada momento de minha vida, ser como você, sendo e fazendo “o melhor possível”...
Desde que aqui chegamos, você se integrou ao movimento escoteiro e, como lobinha, viveu durante todos estes anos imbuída de seu lema, transformando-o em ideal e filosofia para a sua vida – o melhor possível – não só quando uniformizada ou participando das atividades do grupo, mas durante todos os demais momentos.
Admirava-me vê-la tão pequenina e com tamanha responsabilidade, às vezes privando-se de festas e reuniões com as suas outras amigas, ou deixando de viajar nos finais de semana, para não faltar às reuniões de sua alcatéia, de seu 40, sempre coerente com a sua promessa de lobinha.
E partilhamos com você toda a alegria da montagem das barracas para vender chocolate e pipoca nas festas juninas, que fazíamos questão de decorar com bastante lâmpadas para que ela ficasse a mais bonita de todas, fosse “o melhor possível”; e posso vê-la, correndo, pura felicidade, saindo com a bandeja cheia de sacos de pipoca para oferecer aos que passavam, ou postando-se à frente da barraca gritando: olha a pipoca fresquinha, olha o chocolate quentinho... se aproxima, minha gente, vem experimentar, é baratinho, é só um real...
E acompanhava, tão ansioso quanto você, os dias que faltavam para os acampamentos, verificando juntos os equipamentos, enrolando o saco de dormir, organizando a sua mochila, com todos os acessórios indispensáveis: o uniforme, os pratos, talheres, roupas, material de higiene, a lanterna, o cantil e, o que era mais importante, a sua capa do fogo do conselho.
E com que orgulho você a vestia, dizendo para os seus amigos que era um poncho gaúcho que sua avó lhe dera e que você própria o incrementara com os broches e adesivos de que mais gostava, sempre preocupada com os detalhes, sempre vaidosa. E gostava de vê-la, à noite, com os seus amigos ao redor da fogueira, ouvindo o Padre Selvagem, participando das brincadeiras, realmente tudo, todos, sempre “o melhor possível.”.
E com que amor vimos os seus olhinhos brilhando quando, no último acantonamento, você nos viu chegar para ajudarmos nos serviços de cozinha e, mais ainda, quando a vimos condecorada com a faixa de “a melhor possível”, feita de papel higiênico e que você exibia como o maior dos troféus.
E vejo-a desfilando pela avenida com o seu pelotão, garbosa, consciente do lema que você apreendeu, assimilou e viveu, tentando fazer de cada momento de sua vida, transformar a sua própria vida em “o melhor possível”. E em minha memória ainda ecoa o grito de guerra de sua alcatéia: lobinhos, o melhor possível...
Hoje, vejo-me aqui sozinho, abraçado com a sua capa do fogo do conselho, de onde ainda exala o seu perfume, e nela ainda sinto o seu calor e, entre lágrimas, constato que, para mim, o seu maior legado não foi somente a alegria, o carinho, o amor que você nos deu, pois tudo isso se transformou, junto com você, em imensa saudade. Seu maior legado, filha querida, minha terna e eterna lobinha, foi fazer com que eu tente seguir seus passos e procure em tudo, sempre, em cada momento de minha vida, ser como você, sendo e fazendo “o melhor possível”...