ANALFABETO POLÍTICO. INCERTEZA.
O analfabeto é conduzido, mas pensa discernir. Não pode, não estudou. Não tem condições para tanto, caminha na mais rasa superfície, é o politizado idiotizado. Nada pior que ser idiota, analfabeto cooptado e captado na manifestação de vontade. Um voto com preço baixo, sem valores. Tem culpa? Só na persistência no erro que o prejudica,mas continua por opiniosa vontade de não se dizer errado.
No Brasil, uns trocados, uma carne de segunda no prato e um carro popular pago em sessenta vezes, agora impossível, é bastante para um analfabeto político. Fica feliz. Para quem nada tem o pouco é fortuna, a migalha excede.
A incerteza por aqui ficou bem maior, gigantesca, e vai caminhar a passos largos deixando o analfabeto político, que já põe os dentes de fora em panelaços e vaias, segurando as calças. Agora está inconformado com a subida de tudo, energia, alimentos,serviços,etc, e o corte de crédito que lhe dava acesso a pequenos desejos, o sonho que virou pesadelo, cortado. Antes não ter do que ter e perder. Mas elas, as calças, vão cair de uma vez para os analfabetos crônicos vitalícios, patológicos, os sem medidas e conhecidos como “casca grossa”, os cegos.
Os juros ontem foram a treze pontos e setenta e cinco, 13.75, com sinalização de subirem mais. Será que o analfabeto político sabe o que seja isto? Lógico que não, sabe por jornal sem alcance dos danos,nada enxerga.
A tese de Marx, sob aspecto econômico, exclusivamente, destinada a igualar, nunca sob âmbito político, embora de difícil atingimento, logo que indissociáveis estes princípios norteadores das sociedades organicistas, está posta analogicamente para a idiotia. Será que o analfabeto político pode fazer analogia com os juros praticados e as teses marxistas? Os analfabetos políticos sempre gostaram de Marx, ouviram o galo cantar e nem sequer conhecem o canto, nem podem.
São e serão sempre analfabetos em tudo. Será que conhecem essa reflexão de Marx: “Os olhos que só enxergam a mentira quando percebem a verdade cegam”. Karl Marx.
Será que enxerga o analfabeto político a escalada de nossa inflação e os números até do Peru, Chile e Colômbia em comparação aos nossos,mesmo as republiquetas?
Há certeza para as sociedades, para os homens?
Caminhamos no palco das incertezas encenadas pelo curso do tempo. Quem tem certeza de algo? Vivemos de um presente marcado pelo passado na espera de um futuro desconhecido. O movimento é mutante, nosso movimento, o mecanicismo da montanha da nossa vida que temos que subir com todos os caminhos íngremes. Não existem certezas, só valores praticados que nos levam às certezas momentâneas. E nos pacificam. Não vamos mudar nada, nem Cristo mudou, mas exercemos o limitado poder da crítica para caminhar sob a Lei Moral de Quem foi destacado e único padrão de condutas. O tempo põe as cartas, é soberano.
Não somos donos da verdade, mas felizmente superamos a ignorância cuja verdade mais simplória os analfabetos políticos desconhecem, e dizem não serem analfabetos, mas são analfabetos em tudo, pois continuam estagnados e embotados, como demonstram suas bobagens e solecismos inequivocamente. Escolha requer distinguir e distinguir exige estudo sempre, educação, avaliação compatível. Seria em vão os mais adiantados países serem os que mais têm educação, estudo?
Caminhamos entre as incertezas. Todos sempre caminharam. Os desavisados como coitados, infelizes sem nenhum estudo por falta de sorte, que lhes cegou para sempre, e nada assimilam a não ser o engano a que foram levados. Existem as exceções viciosas aculturadas por estigmas de sucessão e rasgos mentirosos de convicção testemunhada, como tomar champagne em Paris e lutar por rupturas. São contados em dedos das mãos.É o mau caráter, oportunista. Faça o que digo,não o que faço.
Cérebros eminentes como Norberto Bobbio afinaram linhas para erradicar a pobreza, não o analfabetismo político que é sua raiz, são as incertezas, tudo com a ojeriza de qualquer escravismo que o analfabetismo traz, perda das liberdades públicas sem perceber, da liberdade como meio de realização, de escolha. Quando não se tem muito ou nada como escolha chegamos nessa situação que estamos, alimentada pelo analfabetismo e que satisfaz o analfabeto político, o cego absoluto.