A Educação?
Enquanto a educação – em letra menor - não ensinar para as dúvidas, nada, nada mudará. A resposta pronta (módulo e livro didático) faz de docente e discente antagonistas no processo de aprendizagem. E tudo se recopila e se fixa.
Textos fragmentados produzem reflexões recopiladas e o equilíbrio é provado em questões que valem uma nota. Ensina-se o que jamais será usado e argumenta-se com a superficialidade da interpretação dos fatos.
As questões, na qual o aluno é exposto, expõe a fragilidade da avaliação e prova, cada vez mais, que um mais um pode não ser exato.
Ensinar para uma resposta, é desaprender o complexo que nunca, eu disse nunca, nunca foi ensinado. Ensina-se o óbvio! Tudo na educação é óbvio!
Pede-se leitura! Pede-se a escrita padrão! Pede-se, pede-se! A servidão começa a ser ensinada na hora da punição e da reprovação iminente.
Educar para que mundo? Para que época?
A escola, penitenciária travestida de futuro, dociliza o corpo e disciplina o novo servo mercantil.
A incerteza deve ser a resposta mais correta (se realmente existe tal avaliação) e a aprovação deve ser a reprovação do que foi determinado até hoje.
E agora, professor? E agora, alunos?
Vítimas de um ensino mecânico, vão construindo o mundo, ou melhor, reproduzindo o mundo e respondendo o que a caneta vermelha já reprovou. Há um embate em sala de aula; um ensino que produz rivalidade e nessa balburdia todos são cúmplices conscientes desse processo. Ninguém olha mais para o abismo e tropeça nos precipícios, aliás, quem já fez isso?
A educação rasura o homem de amanhã e o produz como rascunho.
Ensina-se tudo: conceitua tudo; respondem a tudo; mas, não se produz a liberdade para a criação. As celas – as salas – estão repletas de prisioneiros do sistema e o Estado, máquina infalível – espera com seus braços de estivador o novo servo.
A invenção do desemprego e o emprego como objetivo produz o homem moto-contínuo, a máquina condicionada para o trabalho.
A educação deve ser ensinada e colocada na cadeira dura da sala de aula e ficar ouvindo ruídos de épocas e, depois, escrever os acontecimentos enfadonhos pedidos por uma avaliação que não tem ação nenhuma em uma pós-modernidade.
Ensina-se tudo, porém, menos como aprender.
A Matemática soma e faz a diminuição do ser humano de amanhã; a Língua Portuguesa ensina a norma padrão e o mundo se comunica sem regras gramaticais; todos se entendem!
A Biologia explica o corpo e o corpo não quer conceito, quer quebrar paradigmas. A História mostra datas e heróis e os protagonistas de hoje rabiscam tais fatos obsoletos e criam hoje e rasgam agora.
O equilíbrio é a manutenção do fixo; é o estabelecido!
Abram as celas – salas – e não ficará nenhum prisioneiro – aluno e professor – esperando, gerúndio mesmo, a nota e o final do trimestre.
M... Paternostro