DANEM-SE OS BANCOS

Não tenho dinheiro. Vivo do salário aviltado de aposentado, sacrificado, mas vou levando a vida como Deus permite. Sobrevivendo, sem desespero, com os pés no chão, mas fazendo malabarismos para o dinheiro ser suficiente até o fim do mês.

Mesmo sem muitos recursios, acompanho a marcha dos acontecimentos, e noto algo que me revolta: governo, oposição, esquerda, direita, centro, de banda, ricos, poderosos, remediados e principalmente todos os políticos e a mídia só têm uma fixação: a saúde dos bancos, que se pague religiosamente a eles. São por assim dizer entes sagrados, pode-se deixar à míngua o povo, faltar remédio, segurança, pão e o escambal para os humildes, mas não se pode deixar de honrar pontualmente os compromissos com os bancos e banqueiros. É preciso pagar 45% do que arrecada o governo de impostos aos bancos, a famosa dícvida pública. Pode chover canivete mas as dívidas com os bancos precisam ser honradas.

Na minha modesta opinião isso é um absurdo. Essa dívida precisa de um questionamento moral. Como se pode exigir dos mais novos sacrifíco para pagar o que eles não devem e com juros escorchantes?

Faço uma pergunta que não pode calar: se os bancos or acaso quebrassem, o Rio Amazonas secaria? O São Francisco também, e ainda o Tocantins? Os campos deixariam de produzir? O sol deixaria de aparecer ao alvorecer? O mundo acabaria? Acho que não, poderia haver um pouco de confusão, mas o bom senso levaria as pessoas a construir uma nova sociedade, mais justa, mais humana e mais solidária.

Dabem-se os bancos.

Dartagnan Ferraz
Enviado por Dartagnan Ferraz em 04/06/2015
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