Um tempo para mim

Parece que a minha dor está envergonhada, gostar de você trouxe-me a maior alegria das tristezas da minha vida. Você foi minha primeira consciência do que dizem ser pecado, você foi onde me ache bobo, romântico, escritor, filósofo, compositor, tudo para tirar um cumprimento seu, uma conversa qualquer sobre coisa qualquer. Mas agora, depois de tantos anos a minha dor parece estar envergonhada, minha escrita já não faz mais sentido, meus poemas, frases tudo o escrevo é você. Tenho certeza que errei, mas não foi por mim, eu não escolhi te amar, alguns dizem mandar nos sentimentos, eu não posso! Não é minha força, eu nasci para o amor e vou morrer por ele.

É momento de parar, eu preciso enxugar estas lágrimas que há tempos rolam diariamente do meu rosto, seja por uma foto, pelas conversas antigas. Eu me conformei com minha beleza, ela não te atrai. A inteligência, intelectualidade, nada sem você faz sentido, nada tem sentido se você não vê. O meu coração é um lugar de receber tudo e todos, lugar de feridas, lugar de dificuldade, lugar que preparei pra você. Quando há sentimento, de tudo planejamos, filhos, casa, carro, viagens, mas essas coisas são acréscimo a ação é você. Estou cansado e minha escrita só fala da dor, de dor, para dor e com a dor, muitas pessoas nem acompanham mais o que escrevo, minha dor esta envergonhada. Eu já deixei muito tempo passar.

Não é um adeus a você. É um tempo para mim, para colocar as coisas no lugar, tentar suavizar o que sinto. Deixar menos doloroso tudo aquilo que criei em você. Tudo o que eu projetei de você, sua "platonicidade". Eu te amo. Amo pouco a mim. Estou jurado a morrer de amor. É minha sina. Esta escrito.

Arthur Montenegro
Enviado por Arthur Montenegro em 02/06/2015
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