Um passo pra trás
 
No dia 15 de março de 2015, dois milhões de brasileiros foram às ruas para protestar contra o governo. Pediam o impeachment da presidenta, descontentes e indignados com a corrupção na Petrobras e com a sobrecarga de tarifas e impostos deflagrados após a sua reeleição. De forma quase original na política, a então candidata camuflou a real situação econômica brasileira, uma bomba com prazo determinado para explodir, e mal se reelegeu, as fagulhas foram espalhadas, afetando, sobretudo os menos favorecidos. Entretanto o esforço dos brasileiros que protestaram, não foi ouvido, e suas expectativas foram novamente frustradas. Pois a oposição não atuou na direção do impeachment, escolheram passar a batata quente para a justiça. O governo respondeu com a agenda da reforma política e com um novo arrocho. Proclamou um ajuste fiscal, melhor chamado de Ajuste dos Direitos Trabalhistas consagrados na Constituição. A oposição inflada com a manifestação popular até acenou com a possibilidade de pedir o impedimento da presidenta, mas recuou, inesperadamente deu um passo pra trás. Mas por quê? Esta a questão que espero responder com você.
A oposição não conseguiu negociar com os parlamentares da base do governo, que não manifestaram interesse algum nessa direção, permaneceram surdos a essa possibilidade, um verdadeiro afrontamento aos brasileiros. Isto ficou bem claro na votação do Ajuste Fiscal, pois o governo conseguiu aprovar todas as medidas provisórias enviadas ao Congresso, apesar de serem totalmente impopulares e perversas. Sua base praticamente ficou de joelhos diante da presidenta, colocando em segundo plano o voto recebido pelos eleitores. Provavelmente contando com a memória dos brasileiros para assuntos relacionados à política e encantados com os cargos oferecidos pelo governo. Sem meias palavras, venderam seu apoio e retiraram direitos dos trabalhadores, atingindo principalmente os que ganham até dois salários mínimos.
Todavia algo oculto parece permear as mentes e os passos da oposição. Porque políticos experientes a compõem. E nada explica esta inércia. Pois contam com o apoio popular e severa crise política, econômica, ética e social. O governo sofre com a operação Lava-Jato que desmantela a quadrilha que ocupava a Petrobras; com a inflação; com uma dívida interna de 2,45 trilhões, que tende a aumentar por causa da alta taxa de juros; com o desemprego que se agrava a cada dia, e com um PIB decrescente. Contudo assistimos ao recuo da oposição, e o avanço do governo nas medidas impopulares. A presidenta resolve, nas cinzas, cortar 69 bilhões do orçamento, com impactos fulminantes na saúde, educação, infraestrutura, e programas sociais como “Minha Casa Minha Vida” e “Bolsa Família”. Na educação os cortes atingem fortemente o “PRONATEC” e o “FIES”. E para complicar o ambiente insalubre causado pelo governo, muitas universidades federais entraram em greve contra os cortes no orçamento da educação.
Mas, apesar de tudo isso, a oposição reage com um passo pra trás? Parecendo que perderam o fôlego, por quê? E o Congresso, alheio a tudo isso? Não vêm que os brasileiros não aguentam mais? Muitos internautas nas redes sociais acusam a oposição e a base do governo de estarem com o “rabo preso”, será? O que você acha? Se a oposição não acordar e criar um ambiente político, para frear as injustiças que vem sendo cometidas contra os brasileiros, poderão sofrer na pele as consequências de sua omissão. Pois se não derem um passo para frente, quem dará será a presidenta.
 




 
Maria Amélia Thomaz
Enviado por Maria Amélia Thomaz em 01/06/2015
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