DEMARCANDO TERRITÓRIO

Não há nada mais degradante do que resenciar um sujeito que descola um cargo ou um posto e começa a demarcar seu território. Pode ser um mero carguinho de mierda, mas o ocupante vai logo empertigando o nariz, impando o peito, dando ares de importância, se amostrando e se julgando o rei da cocada preta, digo afrodescendente. E delimitando exageradamente o seu raio de ação. Naquele pedaço ele se sente um reizinho. Às vezes o tal cargo é até de ficçaão, trata-se de um mero carimbador, um assessor de enfeite, um cala-a-boca, mas o sujeito fica pretensioso porque como nunca comeu mel quando come se lambuza.

Fui bancário por 30 anos. Nunca, hermanos, passou pela minha cabeça que fosse dono nem do birô que ocupava, nem que tivesse mais patente que o contínuo ou o servente, todos nós empregados com a mesma carteira profissional. Creio que se passasse por cargos públicos jamais me empolgaria porque, graças a Deus, sempre entendi que vaidade é besteira e, mais, que todo poder é transitório e até a vida é transitória. Querer demonstrar poder? Isso é uma besteira.

Esses imbecis empolgados com qualquer pedacito de poder deveriam analisar como o atual papa Francisco desempenha oo seu papel: com extrema humildade, seriedade, sem nenhuma afetação. Por isso é grande. Mirem-se pretensiosos no exemplo do papa Francisco. E priu.

Dartagnan Ferraz
Enviado por Dartagnan Ferraz em 31/05/2015
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