A ÚLTIMA FOTOGRAFIA

E, todos os dias, na sala de trabalho, sentava na poltrona e olhava pela janela. Via o mundo das maritacas, dos sabiás, dos sanhaços, dos bem-te-vis. Sempre que possível registrava o momento. Sentia a vida entrando em mim. Hoje, 7h, cheguei, sentei, olhei e nada vi. Dia frio. Cinzento. Silencioso. Enxerguei um vazio atordoante que insistia em se mostrar aberto e tomar conta de tudo. A árvore não estava mais lá.