MORFEU E EUNICE (mini-crônica fictícia)

Quisera ser a pérola de jade, invadir os castelos de Omã e desvendar em meio ao labirinto, o caminho que a levaria aos braços de Morfeu.

Não percebeu a queda do crepúsculo, a noite chegou e era tão escura quanto o ébano da África Meridional.

Perdeu-se em meio às ruelas das vielas das pedras do vulcão com seu emaranhado de armadilhas. Tornou-se prisioneira de Spartacus.

A ilusão daquele amor platônico, até então escondido, clareou como a aurora boreal. Então viu que era escrava dum amor impossível. Morfeu, o tempo todo estivera ali e sempre fora informado de tudo, desde os fatos corriqueiros até os mais absurdos e discrepantes que existiam, mas, impassível, não se moveu um milímetro sequer de seu trono.

Covardemente se portou, e foi então que Eunice sucumbiu humilhada ante seus pés. A arrogância e prepotência do poder, amordaça o amor e esse morre na véspera da felicidade. Eunice nascera marcada para o sofrimento e esse sonhar por um amor inatingível era pragmático em seu viver, e agora nada que fizesse mudaria seu destino.

Compreendeu sua desgraça no último instante ao mirar os olhos do carrasco, depois o capuz cegou sua visão e, veio então o fim.

14/07/12

Marçal Filho
Enviado por Marçal Filho em 30/05/2015
Reeditado em 04/12/2023
Código do texto: T5260228
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