NÃO É ‘CRACK’, É DROGA
e souza
O cidadão, e quando eu digo ‘cidadão’, não estou dizendo uma grande cidade, muito embora minha cidade seja enorme, a maior do país, onde em determinados lugares a primeira hora de estacionamento custa em média vinte reais, onde os assaltos acontecem diuturnamente e o ‘poder’ público (aquele que não quer largar o osso), não toma conhecimento ou não tem competência mesmo. Onde dois meliantes (nossa, que palavra), balearam um policial em uma estrada que liga a Capital ao litoral Paulista. O policial que estava com sua mulher grávida, parou seu carro para trocar o pneu que furou. O curioso é que ele parou a mais ou menos cem metros de um posto policial. Bem, os bandidos chegaram mataram o policial e foram embora levando seu carro. O curioso é que quando o policial do posto rodoviário foi entrevistado, o repórter perguntou: ’o que fazer para que isso não aconteça mais’, o cidadão respondeu: ‘é só parar próximo a um posto policial’. Eu pergunto: Onde esse soldado queria que seu colega de farda parasse o carro, dentro do posto rodoviário? Em cima de sua mesa? Dentro do banheiro talvez? Ou em cima de sua cabeça? Que pena, o policial que foi morto, também acreditava que parando próximo a um posto policial estaria protegido e protegendo sua esposa. Normalmente o ‘poder’ público pede para que deixemos nossos carros em casa, isso é maravilhoso, caso tivéssemos transporte público de qualidade e pessoas qualificadas para transportar pessoas, onde se lê ‘pessoas’, entenda eleitores, contribuintes, etc. Na verdade o policial não é o culpado ou o que o valha, pois estão muito mais inseguros que nós, pobres mortais. Saem de seus lares, deixam mulher e filhos e não sabem se voltam. Sei que parece frase pronta, mas as coisas não mudam, aliás, estão piorando. Desarmaram o cidadão que se vendeu por migalhas e bem barato, bem, se esse mesmo cidadão fosse tratado dignamente saberia que não tem preço, e sim valor. O estado tem muito medo que os cidadãos usem suas armas contra eles e por isso os desarmaram, mas os traficantes continuam muito bem armados e aparelhados e quer queira, quer não, eles são organizados. A tal da ‘cracolândia’, não é um lugar, são todos os lugares onde se encontram os dependentes químicos, o ‘poder’ se mostra a cada dia inoperante e incapaz de dizimar o problema de saúde pública, então fica mais fácil trocar as pessoas de lugar e brincar de limpeza da cidade, na verdade são eficientes e não eficazes. O crack surgiu nos Estados Unidos na década de 1980 em bairros pobres de Nova Iorque, Los Angeles e Miami, e atraiu os consumidores por ser mais barata, ao contrário da cocaína refinada e a possibilidade da fabricação caseira. No Brasil o crack chegou à década de 1990. Portanto, podemos pensar: o ‘poder’ não é crack, é droga. É isso aí.
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