Sent(i)ndo...e vindo!

O sol descia, parecia tão perto, o céu “alaranjou-se” em despedida. O sino do mosteiro apregoava a hora do ângelus. Ela se benzeu!

Um movimento nervoso de carros nas ruas, pessoas apontavam de todos os lados em direção as suas casas, fim de expediente. É, para alguns, provavelmente ali no meio, havia pessoas indo para o trabalho, a vida não é mais tão padronizada. Crianças uniformizadas chegando, jovens e adultos rumando-se aos colégios.

Naquele calçadão uma marca no chão: 2.010 km; não satisfeita, fez o trajeto novamente, e novamente; 6.030 km para aquele dia já estava bom.

Boca da noite, escuro embaixo daquelas arvores, pássaros ainda em algazarra se aninhando, seguiu o rumo da sua casa.

Caminhada diária, ela já conhecia de “boa tarde” várias pessoas naquele trecho.

Aquele cheiro de verde, brisa no rosto era uma sensação livres e santo remédio.

Absorta em seus pensamentos, perdida até, e concordava. O amor nos acha; faz-nos achados e nos fazem perdidos: perdemos o sono às vezes, o medo; perdemos a vergonha, (essa é a primeira), perdemos o juízo e muitas vezes a razão.

Mas era um “perder-se” tão bom, cheio de vida, cheio de vontades, tantos quereres, que por mais que não se concretizassem eram chamas acesas.

Movida constantemente por essa expectativa, rodou a chave e abriu o portão. Feliz até, por ser capaz de ser recipiente de tão bons sentimentos; esse seu estado feliz ia de encontro com o estado de sua cadelinha, que lhe baixava os olhinhos em cada saída e fazia festa a cada chegada!

Amor incondicional!

Uberlândia MG

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Raquel Ordones
Enviado por Raquel Ordones em 28/05/2015
Código do texto: T5257854
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