Depois do agora, teu instante.

Hoje doeu de algumas formas diferentes, mas com a mesma intensidade. Doeu sentir a saudade, doeu sentir o vazio e doeu de novo a surpresa que sempre se renova ao perceber que não está mais aqui. E que nunca mais estará.

O passado não deve ditar nossos passos no presente, muito menos no futuro. Mas nem sempre conseguimos nos desvencilhar das amarras do que deveríamos ter deixado para trás. As vezes, enquanto caminhamos em busca de um novo caminho, nos vemos enraizados a momentos que sabemos não poder repetir. É isso torna tudo desesperador e confuso. Saber que devemos seguir e mesmo assim, não sair do lugar.

Hoje, eu me anestesiei com uma das formas que encontrei ao longo dos anos. Sequei as lágrimas e me detive a vida que devo levar, mesmo sem ter a tua junto a minha. Pensei nas palavras de conforto que viriam de ti, e fiz delas meu mantra de coragem.

Sossegar um coração estilhaçado não é tarefa fácil, nem rápida. Sequer há garantia de resultado. Mas não há outra alternativa se não tentar, a cada dia, uma nova motivação para dar ao coração mais um dia de anestésicos e curativos. Devo isso a um coração que, mesmo descompensado, ainda bate em meu peito.

E assim, sobrevivendo enquanto não posso simplesmente viver, sigo em busca da ternura dos teus olhos em tudo que possa me lembrar de ti, sorrindo com as lembranças e arrastando meus pedaços até onde conseguir. Talvez eu vá fraquejar, mas por ti e pelo que foi em minha vida, sei que jamais poderei desistir.

Alice Fialho
Enviado por Alice Fialho em 28/05/2015
Código do texto: T5257442
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