O LIVRO QUE EU QUERIA!

O LIVRO QUE EU QUERIA!

Conforme combinado, ao entrar na matriz da Padaria Brasileira, ele me fez sinal! Disse-lhe que me identificaria através dos livros que traria às mãos. Lá estava o Sidnei (dos Santos Carvalho), à minha espera. Cheguei às 14 horas, como combinado.

Logo pensei comigo, “conheço esse cara”. A apresentação foi normal, e, naturalmente, houve a mútua simpatia entre nós. Como é comum, as perguntas, de onde era, como se fixou em Santo André, foram as primeiras palavras. Sidnei, em resumo, veio para esta cidade ainda criança, aqui residiu durante certo tempo, e como é corriqueiro, acompanhou os pais em diversas mudanças, até a fase adulta, quando, como bancário percorreu algumas localidades, vindo a se radicar, em definitivo, nesta terra ramalhina. Há mais ou menos treze anos. Pedimos água mineral e café. A conversa, sempre agradável, transcorreu normalmente, ambos contando sobre filhos, netos, e eu sempre pensando “conheço esse cara”.

O motivo do encontro foi o seguinte. O Sidnei é leitor fiel da coluna Memória escrita pelo jornalista Ademir Médici, no Diário do Grande ABC. Dia destes, o tema da coluna foi um livro escrito pelo Holando Lacorte cujo título era “Memórias de Um Andreense”, que eu havia lido “de cabo a rabo” durante a espera da vez no salão do Osvaldinho Guazzelli, para cortar o cabelo. Em menos de 45 minutos terminei a leitura, achando-a maravilhosa, não só pelas crônicas, como pelo poema “A morte do meu rio”. O volume tratava-se de uma cópia xerografada do original, tendo eu ficado altamente interessado em adquirir um. Andei procurando pelos sebos da cidade, em vão. Não consegui. O Sidnei lendo a referida coluna do Ademir, viu o meu depoimento onde externava minha vontade, e escreveu ao colunista informando ter dois volumes do livro, e que se disporia em me fornecer um. Explicou que, à época do lançamento, em 1985, ele era gerente do antigo Banespa, que patrocinou a edição, e como tal, compareceu ao ato, tendo adquirido alguns volumes. Restavam-lhe os dois últimos. Logo entrei em contato, e combinamos o encontro referido no começo. Ganhei o livro com uma dedicatória (vibrei!), e lhe entreguei alguns volumes dos meus.

Depois de quase uma hora de conversa, perguntei-lhe o que ele agora fazia, tendo me respondido que tinha alguns clientes a quem vendia seguros, e participava de atividades junto a Matriz, a “igreja rosa”, onde eu fui batizado, crismado, fiz primeira comunhão, e exerci a função de coroinha, na infância. Acrescentei informando que ia, regularmente, aos domingos, à missa das dez e trinta. Aí a explicação. Ele frequentava a mesma missa, sendo que, quase sempre, lia partes do texto dominical, como o fizera no domingo último, em que eu estava presente. Assim, o reconheci.

Era de onde eu conhecia “o cara”!

Aristeu Fatal
Enviado por Aristeu Fatal em 27/05/2015
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