Mensagens que edificam - 56
Dos prazeres que ao homem são permitidos sentir, um de incomparável intensidade é o de viajar. Sim, não há nada que se assemelhe a conhecer novos lugares, novas pessoas, experimentar diferentes sabores, respirar outros ares, aprender e agregar valores de convívio. Todavia, nem todos são espirituosamente preparados para esta empreitada de vida quase nômade e preferem o cotidiano com ausência quase total de novidades, ou outra coisa que possa surpreender e quebrar a sequência de dias esperáveis. É bem certo que tudo parte de um princípio de estado de espírito e, se assim o é, há os que se assosseguem prazerosamente num nascer e num por de sol sem imprevisibilidades tendo por sentimento segurança e paz traduzida na total calmaria do dia-a-dia. No avesso deste comportamento há quem sinta um completo descontentamento em ficar parado e estar estático pode ser um suplício que leve à apatia e até à depressão. Alguém nesta história está certo ou errado ou estes são iguais direitos atribuídos naturalmente aos surpreendentes seres humanos? Eu diria que natural e normal é fazer aquilo que te apraz sem se importar se vais à frente, no meio ou atrás, considerando que na vida não há corrida, mas uma intensidade que delimita o quão agradável esta seja ou não. Viajando ou vendo o tempo passar da janela de um quarto a liberdade não se mensura pela distância nem pela largura, nem pelo espaço ou pelo momento de quietude que perdura, mas pela saudade de quem ficou ou pelo prazer de sentir o calor de quem a sua mão nunca soltou.