A FÉ É INTERESSEIRA?
Eminentes cérebros, aos quais não precisamos nos submeter, diziam, desde Roma, que o homem criou deuses e crenças por temor à morte.
Os adeptos do criacionismo, crença de que o homem foi criação de Deus, na qual me incluo, Força Primeira Indefinível, da qual a antiga aliança conhece as Doze Tábuas, e nelas finca efeitos, e a Nova Aliança conhece e aceita seu Filho Jesus de Nazaré, que a lei judia recusou como Messias, têm interesse em uma vida bem maior, a vida eterna.
Esse é o termo, interesse, ainda que possa parecer impróprio para o tratamento. E isso é legítimo, ter interesse, todos têm interesses, as vidas se movimentam por interesses. E nada mais sagrado que a vida. Não há preconceito negativo no interesse, não é censurável ter interesses. Eles são legítimos ou não. E ter interesse no amor declinado como meta por Jesus, é o mais legítimo interesse, divino.
Jesus de Nazaré também teve interesse, ensinou que todos devem ser irmãos, por força do amor que deve reinar (deveria) no planeta. Seu interesse era que todos se amassem como irmãos. Interesse é filho da vontade. Todos temos interesses, temos interesses que nossos filhos sejam pessoas excelentes em educação, solidariedade e boa vontade.
Mesmo na amizade há interesse, longe da materialidade,o interesse moral, subjetivo. Quem quer sentar-se em uma mesa com uma pessoa inconveniente? Quem quer um amigo que não traz alegria, só confrontos ou dissabores? Temos interesses normais nas boas amizades cujo convívio faz desfrutar o que é bom e prazeroso sem qualquer conotação material.
Cristo, Jesus de Nazaré, Filho e Pai na Santíssima Trindade, mostrou aos seus filhos seu interesse, o interesse de Deus, seu Pai que criou o homem, e mais ou menos fracassado em seu propósito, mandou o Messias, seu Filho, morrer como sinal de amor. O Filho sofreu pelo Pai, como Homem em carne, e foi ao Espírito pelo martírio, e no Espírito Santo viveu sua breve Vida Pública.
Era o interesse da Criatura no objetivo da criação, projetado na Tríade Sagrada que era Tudo em Um, no Cristo Ungido pelo interesse do Pai.
O interesse do homem, econômico ou moral, o bom interesse, legítimo, é protegido pela lei (direito é o interesse econômico ou moral protegido pela lei), ele se insere na pretensão legítima de ter e aspirar uma vida eterna, transitando pela vida terrena como cultor da boa conduta entranhada na Lei Moral do Cristo.
Quando se diz que os desígnios de Deus fogem à compreensão humana, que eles são vedados a essa mesma inteligência facultada à criatura, é por ser enigmática e distante a compreensão do interesse. O interesse é como o movimento, com ele se confunde, dá causa à energia e é dela sujeito e predicado ao mesmo tempo.
Na fé vigora o interesse mais legítimo quando está assegurado pela Lei Moral que nos chegou pelo Filho de Deus, Jesus de Nazaré.