O ÓDIO: Sob Nova Direção.

Finalmente! O ódio mudou de mãos. Antes, nas mãos dos opressores, agora, nas mãos do oprimido.

Mas não é necessária qualquer aplicação de princípios no uso do ódio, afinal, ele se justifica por si próprio. Talvez pelo fato de que sua matéria prima seja a mesma, independente de sua justificativa: Compensação.

A necessidade de "compensar", de suprir lacunas, é a base de muitos sentimentos, nem todos eles tão negativos. Mas certamente uma manifestação de DESEJO DE VINGANÇA nasce com facilidade desta necessidade de compensação. Encorajadores deste ódio, doutrinadores tão confusos quanto seus destinatários pregam a distribuição de direitos, posse, de oportunidades, de acessibilidade ou permissividade a todos, indistintamente, sem consideração de critérios. Então, em nome de abusos outrora cometidos, abusos vingadores se estabelecem contra as gerações seguintes.

O racismo nasceu do ódio, que nasceu do medo enrustido (de superação, da diferença estética, da diversificação cultural e competitividade por recursos, assim como qualquer xenofobia não racial), e medo nasce da ignorância. A ignorância é retroalimentada pela reação contrária, e que por vezes, chega ao desproporcional. Mas e daí? Importa que o ódio siga seu ininterrupto ciclo. E não é diferente no sexismo, na intolerância religiosa, ou na homofobia. Diferentes formas de ódio, com diferentes motivações, mas paridas de uma mesma lógica de compensação de medos. Compensação de ignorância.

Mas é no Brasil, de forma especial, que uma nova forma de admistrar o ódio vem surgindo. O ódio reativo, e desta vez, muito bem embasado no discurso da "virada de mesa".

A minoria impõe-se pela força, seja ela jurídica, seja ideológica, ou até mesmo física. O excluído absolvido da responsabilidade sobre o uso da violência, através do entendimento que a violência é "tudo que lhe resta". O anti-religioso, justificado pelo "perigo" que a exclusão da princiopiologia de algumas religiões, como as de fundamentação cristã, por exemplo, promove uma tardia retaliação contra os inquisidores falecidos, mas representados pelos religiosos de hoje. E não importa se a intenção é diferente, se defendem a mesma cruz, merecem, segundo os novos legatarios do ódio, estarem pregados nela.

E o negro, após séculos sentindo-se socialmente ignorado em sua dignidade, tem nas mãos o poder de reagir, inclusive constrangendo qualquer pessoa que não se pareça negra, fazendo de qualquer um um potencial racista. E não importa se você enxerga o negro com igualdade. Se você não compreende o negro como titular do direito à compensação racial, você é automaticamente racista. Se você já crê que há igualdade em curso natural, você é uma ameaça, e merece ódio. E qualquer homem, diante de qualquer mulher, é um potencial estuprador. Qualquer pessoa, uma potencial vítima de uma potencial violência de uma poderosa ideologia. Nascida, aliás, de onde mesmo?

Li os mesmos livros. E nos mais citados, não encontrei justificativa para tanta violência ideológica como antídoto de uma histótica violência social.

A doença está diagnosticada. Mas se está recebendo o "tratamento" correto, tenho graves dúvidas.

Ah... só pra ilustrar. Conquistas assim merecem reflexão:

http://afetadxs.blogspot.com.br/2013/08/fotos-da-ocupacao-do-banheiro-masculino.html?zx=6ca59ae27d77d8a0