Tristeza

No silêncio do meu quarto, vivenciava todas as noites a desolação que a vida me causara pela perda repentina de quem nunca tivera em meus braços neste breve assopro de existência. Algumas lágrimas caíram sem qualquer resistência no travesseiro e via-me descrente do porvir glorioso a dissipar a lúgubre melancolia do outono que há tempos não passava. A fina bruma me impedia de enxergar as cores vívidas de rosas e tulipas de todas as tonalidades plantadas com esmero para ela em meu jardim. Nem o harmônico canto dos pássaros parecia acalentar-me do fardo que carregava dentro do peito. A felicidade era uma utopia que ao passar dos dias me tornava cada vez mais resiliente.

Caio Ferro
Enviado por Caio Ferro em 25/05/2015
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