CRISE DE IDENTIDADE

Numa análise crua, sem descer aos mínimos detalhes ou buscar as causas, embora elas estejam perfeitamente visíveis, podemos dizer que o governo brasileiro vive uma crise de identidade.

Temos o poder executivo nas mãos de uma pessoa, no mínimo, esquizofrênica que além de estar abandonada pelos seus correligionários do PT, tem o poder na mão, mas por não saber gerenciar, por não ter noção do que seja um estadista, fica perdida sem rumo, sem programa, sem autodeterminação, sem autoridade ou liderança e que, como criança mal educada, transfere para os outros, independente de quem seja, a responsabilidade por seus atos falhos ou omissões.

Se contasse com o apoio do seu partido, notadamente do ex-presidente Lula (o maior cachaceiro do Brasil) ela seria uma versão tupiniquim do ditador Kin Jon-un - Líder Supremo da Coreia do Norte – tendo em vista seu comportamento egocêntrico e militância antes de ser colocada na presidência da república, no primeiro mandato por indicação do cachaceiro mor, depois por manobra fraudulenta do Superior Tribunal Eleitoral.

Para ter a quem culpar pela derrocada do seu governo, a presidente, delegou ao vice as suas atribuições de convivência pacífica com o congresso e isso fez com que a nação ficasse entregue ao PMDB, que por ser o partido com maior bancada, detém a presidência das duas casas legislativas, mas feliz ou infelizmente, Renan Calheiros (Senado) e Eduardo Cunha (Câmara) vivem às turras fazendo picuinhas e vingancinhas pessoais um contra o outro e o que se vê é a quebra de braço inútil entre as duas casas.

Os demais componentes do poder legislativo formam um "saco de gatos" onde não existem ideais partidários, nem obrigação de fidelidade, nem programas a serem defendidos, nem lideranças.

O PMDB, que tem o maior número de deputados e senadores, a bem da verdade, não pode ser chamado de partido.

É, em melhor análise, uma federação de correntes com ideias diametralmente diferentes entre si, onde seus membros, ainda vivem o que eles mesmo chamam de “fisiologismo” que em bom português quer dizer: “primeiro eu, segundo eu, terceiro os meus e o resto que se dane”.

Todos os seus componentes sabem que não serão capazes de eleger um presidente da república e por conta disso juntam-se ao candidato em que se vislumbrem a maior chance de vitória, para continuar nos bastidores, usufruindo os cargos dos ministérios de mentira que nada fazem, das secretarias inoperantes e das paquidermicas estatais, todos, com polpudos orçamentos que eles sabem muito bem gastar e, principalmente, desviar.

Os partidos que se dizem de oposição, PSDB, DEM e outros de menor expressão e conhecimento popular, estão perdidos no tempo e no espaço, sem programas, com liderança difusa, sem notoriedade nem firmeza de propósitos, assim como as demais legendas que são apenas de aluguel.

Os componentes dos trinta e tantos partidos, todos eles, estão como aquela historinha do cachorro que caiu do caminhão da mudança e que fica perambulando sem rumo pelas ruas pois sabe que não adianta voltar para o endereço antigo, porque já não tem mais ninguém por lá, e também não sabe o endereço novo.

Precisamos de partidos com identidade, com programas definidos e de caras novas porque as atuais estão já bastante desgastadas;

precisamos repensar a nossa república e até que ponto o presidencialismo nos é benéfico;

precisamos eleger novos representantes e governantes;

precisamos eleger nova constituinte para que seja escrita uma constituição digna desse nome, que deixe o país crescer com igualdade de condições para todos, sem privilégios, sem cláusulas pétreas, sem cargos nem pensões vitalícias, onde juízes de tribunais sejam eleitos pelo voto direto dos seus pares;

precisamos de novos códigos cível e criminal que acabe com os intermináveis recursos e tribunais especiais para quem quer que seja, de nova legislação de execução penal e que a Lei seja igual para todos, independente de idade ou condição social e que zele pelo cidadão brasileiro;

precisamos de novas diretrizes do ensino para os três níveis;

precisamos, principalmente, de transparência e de honestidade.