ACHISMO. CONFIAR.

Confiar, verbo da primeira conjugação, com similaridade com outros verbos transitivos, como respeitar, amar. Não só por dependerem de complementos, sobrepaira, também, uma relação de ligação emocional.

Só amo, respeito ou confio em algo, alguma coisa, ou alguém -transitividade dependente de complementação – se conheço e creio nessa pessoa ou algo. Minha alma está presente na relação.

Conheço a pessoa, plenamente, leia-se, não serei surpreendido por sua falta de informação com posturas indevidas, nada elegantes, rasteiras e ambivalentes por falta mínima de condições analíticas, ausência de estudo primário informativo. Desordenadamente na vida inserida.Necessariamente será pessoa difícil em seu psiquismo onde atuar.

Conhecer é altamente subjetivo. Como confiar em quem não se conhece, digamos, nem nunca vimos. Nesse anfiteatro podemos colocar uma parcela do divino, pela ponte da fé, confiar em Deus. Se creio em Deus, confio.

Nada de relevante, ou uma temeridade confiar fora desses ícones transcendentais. Não haverá surpresas importantes como ocorrência, são desimportantes, indenes e sem danos. Quem nada tem para receber, por falta de meios, mínimo estudo informativo ou formação, nada pode dar. O que faz dos baixos níveis de seu entendimento? Universaliza a insciência, seu despreparo, e generaliza tudo por falta de condições de situar especificidades.

Na Suíça, país de bons valores e nenhuma criminalidade, e com absoluta educação e civilidade entre as pessoas, como amplamente conhecido, em qualquer seguimento do convívio, há um princípio chamado de “princípio da confiança”, nos cantões mais eloquentes, princípio que demonstra não existirem surpresas em termos de condutas reprováveis de uns para outros por todos se conhecerem, “sei quem caminha ao meu lado”, “sei com quem me relaciono seja onde for”. Esse “sei” não reflete somente um conhecimento pessoal, mas um conhecimento de todos os habitantes daquela região se portarem convenientemente diante das normas de convívio. E isso se reflete em geral, em todas as comunicações, pessoais ou não. Conheço e por isso posso confiar.

Conheço de perto essa tranquilidade e paz dos cantões suíços e seus hábitos, a verdadeira paz.

Tão pouco se conhece de tão pouco, mesmo das pessoas que passamos a conhecer algo, confusas, que pouco estudaram e continuam sem estudarem, e necessitam ajuda, adminículo, por vezes recusada por vaidade, recusa que é um predicado da desinformação. Próprio dos desinformados.

Estou aberto a aprender e fico jubilado por alguém me ensinar algo que não sei, venha de onde vier o ensinamento. Não quero ser um cultor do "achismo".

Não quero ser,principalmente, um carente de assimilação de retóricas simples, não conhecendo verbos transitivos, intransitivos, regulares, os irregulares, sem básico conhecimento, como se aplicam sufixos, prefixos, e outras passagens primeiras da língua.

É preciso confiar na recepção das pessoas, e para tanto conhecê-las, devidamente. Por quê? Por estar solto o achismo generalizado, a incivilidade, a pretensão, a arrogância da desinformação, o processo da veloz incultura que se propaga na antena gerando o pacto do não saber, e pior do não procurar saber.

Confiar é pressuposto de conviver.

Celso Panza
Enviado por Celso Panza em 24/05/2015
Reeditado em 24/05/2015
Código do texto: T5252979
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