Traição ou traidores da memória?
Nossa memória ainda não nos trai, porém, lembremo-nos de que estão sempre querendo trair nossa memória. Vocês não vêem? Sim, querem traí-la, surripiarem da nossa cidade o que o patrimônio nos legou. Sem alguma razão, sem alguma explicação, destroem edifícios, monumentos, como também derrubam árvores, sem o que dizer depois que o ”machado bronco”, poetizado por Augusto dos Anjos, faz filhos, amantes da natureza e gente do futuro, que necessitam de espaço para remorarem o tempo, caírem de joelhos no chão para nunca mais se levantarem da terra com memória... O que fazer desses deboches sobre nossa reação? Entre tantas dúvidas, ainda restará a pergunta aonde caminha o bom senso, a racionalidade humana. Resta a certeza de que é preferível duvidar a não acreditar que, nesse sentido, a nossa memória é traída.
Tempos e costumes passam como nuvens rápidas, anunciadoras no céu de tempestades e tsunamis que apagam nossos valores, nossas referências. Um dia, constatar-nos–emos ajoelhados nos ermos do deserto, procurando direções; elas serão muitas, mas nenhuma a seguir, somente areia, horizonte, miragem, e nada a nos apontar qual caminho a tomar... Perplexos, talvez melhor crer que a nossa memória que não nos trairá sobre “nobres” conhecidos traidores da memória histórica e patrimonial. Reajamos contra a sanha da derrubada das árvores, da destruição dos imóveis, dos monumentos, dos logradouros públicos, mostrando aos dilapidadores dos bens culturais o disponível à sua construção ou à sua reconstrução. Desfazem indicadores, referências e setas que apontariam o sul e o norte à memória coletiva.
Antes de se pensar em sustentabilidade, avalie-se a capacidade do homem e da mulher saberem viver no seu meio ambiente. Mais do que nunca a memória quer existir, melhor, subsistir. A saudável tradição interroga: O que se passa? A memória não teme resistir, mas, quase somente o medo de morrer. Repetem-se tantas insanidades contra a memória, mas ela é fiel, com certeza, não nos trairá; apenas ela se esconde ou se protege para evitar que cortem com facas amoladas a cara da cidade que, depois de desfigurada, não olhará ou não receberá lamuriantes visitas. Ruas e ruas vazias, sem casas e monumentos, apenas ruas com caminhos tomados pelo mato, como forçados becos sem saída... A memória não nos trai, ao contrário, ela está sendo traída. Mais do que nunca é preciso falar, é preciso escrever, para, depois, cantarmos: “Navegar é preciso”...
Nossa memória ainda não nos trai, porém, lembremo-nos de que estão sempre querendo trair nossa memória. Vocês não vêem? Sim, querem traí-la, surripiarem da nossa cidade o que o patrimônio nos legou. Sem alguma razão, sem alguma explicação, destroem edifícios, monumentos, como também derrubam árvores, sem o que dizer depois que o ”machado bronco”, poetizado por Augusto dos Anjos, faz filhos, amantes da natureza e gente do futuro, que necessitam de espaço para remorarem o tempo, caírem de joelhos no chão para nunca mais se levantarem da terra com memória... O que fazer desses deboches sobre nossa reação? Entre tantas dúvidas, ainda restará a pergunta aonde caminha o bom senso, a racionalidade humana. Resta a certeza de que é preferível duvidar a não acreditar que, nesse sentido, a nossa memória é traída.
Tempos e costumes passam como nuvens rápidas, anunciadoras no céu de tempestades e tsunamis que apagam nossos valores, nossas referências. Um dia, constatar-nos–emos ajoelhados nos ermos do deserto, procurando direções; elas serão muitas, mas nenhuma a seguir, somente areia, horizonte, miragem, e nada a nos apontar qual caminho a tomar... Perplexos, talvez melhor crer que a nossa memória que não nos trairá sobre “nobres” conhecidos traidores da memória histórica e patrimonial. Reajamos contra a sanha da derrubada das árvores, da destruição dos imóveis, dos monumentos, dos logradouros públicos, mostrando aos dilapidadores dos bens culturais o disponível à sua construção ou à sua reconstrução. Desfazem indicadores, referências e setas que apontariam o sul e o norte à memória coletiva.
Antes de se pensar em sustentabilidade, avalie-se a capacidade do homem e da mulher saberem viver no seu meio ambiente. Mais do que nunca a memória quer existir, melhor, subsistir. A saudável tradição interroga: O que se passa? A memória não teme resistir, mas, quase somente o medo de morrer. Repetem-se tantas insanidades contra a memória, mas ela é fiel, com certeza, não nos trairá; apenas ela se esconde ou se protege para evitar que cortem com facas amoladas a cara da cidade que, depois de desfigurada, não olhará ou não receberá lamuriantes visitas. Ruas e ruas vazias, sem casas e monumentos, apenas ruas com caminhos tomados pelo mato, como forçados becos sem saída... A memória não nos trai, ao contrário, ela está sendo traída. Mais do que nunca é preciso falar, é preciso escrever, para, depois, cantarmos: “Navegar é preciso”...