A  DISTÂNCIA ENTRE SER  E  O  PARECER
Por EstherRogessi
 
A verdadeira beleza, o  real  tesouro do ser humano se encontra em  oculto.  Sabedoria divina... São minas d’ouro a serem exploradas,  dificilmente encontradas pelos ansiosos, ou inconstantes.
Os portadores ambulantes dessas jazidas, nem sempre pisam em chão d’estrelas, nuvens, ou ruas de cristais, mas na maioria das vezes são encontrados,  em casinhas de  chão batido, nas encostas, favelas  – hoje, chamadas  comunidades –, em lugares indesejáveis pela maioria, em  meio à simplicidade; em pessoas de  linguagem brejeira e coloquial.
Aprendi  inesquecíveis lições de vida,  através de uma anciã, mulher de oração, moradora de uma favela que eu sempre visitava, quando em missões... Tão simples, analfabeta, porém, de sabedoria incomum. Tinha um linguajar  verdadeiro, palavras que  de início  soaram-me, como que, impróprias, porém, quando me despojei de certas armas entendi, não haver condenação, na forma expressiva daquela anciã.

A autenticidade do ser humano é maravilhosa!
O que antes, para mim, se apresentava como que grosseria, transformou-se em acordes frenéticos e magistrais. Aprendi que ser manso é ser de fato!
Não se fabrica mansidão... Os mansos fabricados são panelas de pressão, prestes a explodir.  Quando acontece... que estrago!
São  vulcões magníficos, majestosos por fora, e  calmos  por momentos, porém, repentinamente avassaladores. Ser manso não é um estado de espírito é essência e  difere de estar manso.
  
Reeleitura da Crônica: A Distância entre ser  e  o parecer, escritora UBE/SP. Recife, 30/11/09 .
 
EstherRogessi
Enviado por EstherRogessi em 23/05/2015
Reeditado em 23/05/2015
Código do texto: T5252267
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