NO TEMPO DAS CARTAS... (Reminiscências)

Se “recuarmos” algumas décadas atrás, os meios de comunicações eram as cartas. Os telegramas, somente eram usados em ocasiões especiais, a telefonia era muito precária e a opção mais em uso eram as cartas... Com a vinda da Internet, “o correio eletrônico” cada vez ganhou mais adeptos; restando apenas, na maioria das vezes os cartões de Natal e Ano Novo...

Com certeza se você já passou dos 70, usou as cartas como meio de comunicação. Recentemente, achamos algumas, que restaram como “testemunho” destes tempos que não voltam mais. Cinco, apenas, achamos por mero acaso, foram encontradas numa pasta de documentos, que nos fazem recuar a um pouco mais de cinco décadas; os assuntos, e quem a escreveu, - principalmente a primeira que iremos mencionar. – com toda a certeza há muitos anos já não está entre nós...

Na nossa adolescência moramos em Florianópolis, para ser mais exato no bairro do Estreito; este senhor, - da carta que estamos mencionando. - já passava dos 50 anos, espírita convicto, freqüentava e colaborava numa instituição denominada: Centro Espírita Paulo de Tarso. Sua profissão: sapateiro, em muitas ocasiões, quando surgia oportunidade, ia visitá-lo, enquanto trabalhava, conversávamos, na época tínhamos tão somente 15 anos, e os assuntos normalmente primavam por temas doutrinários, em que a Doutrina Espírita é “rica” em subsídios e elucidações. Hoje, até nos recordamos com saudades daqueles idos tempos...

Nesta carta cuja data é dia 22 de junho de 1.958, externava a tristeza pelo acidente aéreo em que o vizinho estado perdera o Governador, um Senador e um Deputado Federal, a inesperada tragédia ganhou os meios de comunicação durante vários dias...

Em outra datada de 30 de abril de 1.961, uma amiga que conhecemos na capital já mencionada, que se mudara novamente para cidade de Santos e onde estava morando era bem perto de seu serviço; esta jovem amiga quando a conhecemos tinha 18 anos, e somando as “marcas do tempo” hoje estaria com 76 anos... O tempo passou, outras preocupações nos envolveram, e acabamos não tendo mais notícias, onde estará a jovem da época? Não temos a menor idéia, se não está mais, “aqui” certamente já está “lá”, cujo destino cabe a todos nos cumprir; hora de “chegar” e hora de “partir”...

Por último iremos mencionar a longa carta datada de 30 de julho de 1.960, este jovem amigo, - enviara para o nosso provisório endereço: Primeiro Batalhão de Política do Exército, Rua Barão de Mesquita, 425 Andarai Rio de Janeiro. - daquele tempo, nos contava as atividades da Mocidade Espírita Antonio de Pádua, principalmente com as atividades da Campanha Auta de Souza; visando angariar donativos as famílias carentes; anexo também vinha uma carta de um jovem amigo de Ribeirão Preto, que conhecemos num Congresso de Mocidades Espíritas de Ponta Grossa; enviará a mocidade uns prospectos para facilitar esta tarefa...

Do mesmo modo como expressamos acima, também perdemos o contato com estas pessoas...

Por último não poderíamos deixar de mencionar, a carta-bilhete, que veio junto escrita por uma aluna* da Escola de Evangelização: “Curitiba, 07 de julho de 1.960 Prezado irmão em Jesus. Ao jovem Saul. Com grande prazer fui à escolhida para escrever-lhe, em nome da aula dominical, a qual faz votos que a doce paz de Jesus se faça em seu coração. Aqui tudo bem, só sentimos muito sua falta, mas sabemos que é momentânea, logo estareis conosco novamente e fazemos votos que você ai possa encontrar oportunidade para trabalhar na seara do mestre. Termino este simples bilhete desejando-lhe felicidades em nome da Aula Dominical.” *Ione Borba - Durante certo tempo, demos aula de Evangelização àquelas crianças -...

Presumimos que esta criança tinha naquele tempo dez anos, e que atualmente já passou dos 60; pois inexoravelmente a “marcha” do tempo a ninguém “poupa”...

Ficamos por aqui, em nossas Reminiscências de hoje, pois recordar é também viver, pois o “passado” também está “ligado” ao nosso presente... Até a próxima, se Deus assim o permitir, pois quem já passou dos 70, já está “aguardando” o “livro de chamada”...

Curitiba, 04 de dezembro de 2.014 - Reflexões do Cotidiano - Saul

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