NETOS
Estou envelhecendo, e continuo à procura de entender esse mágico sentimento que se chama amor.
Cresci rodeada por ele, não posso me queixar, acho que por isso, fui aprendendo a amar. E, continuo assim, uma eterna aprendiz.
O ano que passou, a vida me presenteou com dois netinhos, para que eu aprendesse uma nova forma de amar. Ah, tenho que confessar, pode ser clichê, mas, é a verdade, não pensei, que eu pudesse experimentar um amor tão abusado, nessa idade que me encontro.
A cada novo dia, tenho me surpreendido, me espantado, com a força desse sentimento que me pegou em cheio.
Minha filha, dias desses, creio eu, pela transparência da intensidade do meu amor, pelo seu filho, e portanto meu neto, me perguntou: "mãe, a senhora acha que ama mais meu filho, do que a mim?" Ri, da pergunta, senti uma pitada de ciúme, mal disfarçada, e por alguns minutos fiquei sem resposta, depois emendei, uma resposta também clichê: "Ah, claro que não, são amores diferentes".
Mas, a verdade é que é um amor tão grande, tão gostoso, que realmente tenho que concordar com a frase que li outro dia: "Filho é prato principal. Neto é a sobremesa".
Adentrei um universo rico, muito rico em emoções, ao me tornar avó. Me pego preparando para eles, uma sopinha de quinoa com muitos legumes, ou fazendo um purê de maçã, com uma satisfação sem fim. E, oferece-las a eles, me enche de alegria, são momentos únicos, adoro vê-los se sujando com as colheradas de sopinha, que coloco em suas mãozinhas gorduchas, para que eles tomem contato com a textura da comida. Nesses momentos fico a pensar, que nunca fiz isso com meus filhos, dava a comidinha, sem deixar que se sujassem. Disso me arrependo muito, e tento fazer melhor com os netos.
Tenho trocado muitas fraldas, aprendi a usar as descartáveis, no tempo dos meus filhos, só usei as de pano, nem sei se já existia a descartável, pois já se passaram mais de 37 anos desde o nascimento do meu primeiro filho, e se havia, o que por certo não havia, era dinheiro sobrando, pra comprá-las.
A hora do banho, tem sido uma emoção à parte. Ah, que delícia dar o primeiro banho em um netinho, aquele ser pequenino, totalmente aos cuidados das nossas mãos.
Tenho acompanhado sempre que possível, a ida dos netinhos, ao pediatra, e na hora das vacinas, (e hoje são tantas) choro junto com os dois. Minha nora e minha filha, tem se mostrado mais corajosas e preparadas do que eu.
Aprendi a brincar no chão. Confesso que com os meus filhos, quase não brinquei, cuidei muito, mas brinquei pouco. O tempo era curto, para as duas coisas. Com os dois netinhos, tenho brincado até me fartar e cansa-los, mesmo que para me levantar do chão, custe um longo tempo, e algumas dores.
Domingo que passou, meu filho que reside em outro país, mandou um video com a primeira aula de natação do meu netinho, e, não deu para evitar, as lágrimas rolaram feito um rio de águas mansas e doces.
Creio que lágrimas de alegria, são doces feito mel, as que escorrem salgadas, são as de tristeza.
Ao vê-lo segurando seu filhinho dentro da piscina, repetindo o que a professora mandava fazer, imediatamente lembrei-me dele, quando criança, ele adorava se jogar na piscina ou no mar, mesmo sem saber ainda nadar, nos dando muitos sustos.
A vida se repagina com a chegada dos netos, cenas semelhantes as já vividas com nossos filhos, tomam novo colorido.
Dias desses, uma amiga me disse enquanto tomávamos um café, você ainda não aderiu a nova febre do momento? Perguntei-lhe do que se tratava, e ela me disse: "Os novos livros de colorir", e rapidamente tirou um da bolsa.
Achei interessante, mas confesso que não me interessei muito. No momento, tenho usado muitas cores, para deixar a vida dos meus dois netinhos o mais alegre possível. Tenho usado os tons rubros, para mostrar a eles o quanto já os amo, os tons verdes, para ensiná-los a guardar sempre a fé e a esperança, os tons azuis, para realçar em cada um deles a paz, a serenidade.
Ah, tem sido um livro e tanto, esse que passei a colorir desde que recebi meus netinhos de presente do Criador da vida.
E, tenho pedido muito a Ele, que me inspire a ser uma boa avó, equiibrando sempre amor e disciplina.
Minha gratidão é imensa, pela oportunidade de experimentar um sentimento tão grandioso.
Sem dúvida, o amor prega muitas peças, não importa o avançar dos anos, vem me mostrar o quanto estou engatinhado na arte de aprender a amar.
(Imagem: Lenapena)
Estou envelhecendo, e continuo à procura de entender esse mágico sentimento que se chama amor.
Cresci rodeada por ele, não posso me queixar, acho que por isso, fui aprendendo a amar. E, continuo assim, uma eterna aprendiz.
O ano que passou, a vida me presenteou com dois netinhos, para que eu aprendesse uma nova forma de amar. Ah, tenho que confessar, pode ser clichê, mas, é a verdade, não pensei, que eu pudesse experimentar um amor tão abusado, nessa idade que me encontro.
A cada novo dia, tenho me surpreendido, me espantado, com a força desse sentimento que me pegou em cheio.
Minha filha, dias desses, creio eu, pela transparência da intensidade do meu amor, pelo seu filho, e portanto meu neto, me perguntou: "mãe, a senhora acha que ama mais meu filho, do que a mim?" Ri, da pergunta, senti uma pitada de ciúme, mal disfarçada, e por alguns minutos fiquei sem resposta, depois emendei, uma resposta também clichê: "Ah, claro que não, são amores diferentes".
Mas, a verdade é que é um amor tão grande, tão gostoso, que realmente tenho que concordar com a frase que li outro dia: "Filho é prato principal. Neto é a sobremesa".
Adentrei um universo rico, muito rico em emoções, ao me tornar avó. Me pego preparando para eles, uma sopinha de quinoa com muitos legumes, ou fazendo um purê de maçã, com uma satisfação sem fim. E, oferece-las a eles, me enche de alegria, são momentos únicos, adoro vê-los se sujando com as colheradas de sopinha, que coloco em suas mãozinhas gorduchas, para que eles tomem contato com a textura da comida. Nesses momentos fico a pensar, que nunca fiz isso com meus filhos, dava a comidinha, sem deixar que se sujassem. Disso me arrependo muito, e tento fazer melhor com os netos.
Tenho trocado muitas fraldas, aprendi a usar as descartáveis, no tempo dos meus filhos, só usei as de pano, nem sei se já existia a descartável, pois já se passaram mais de 37 anos desde o nascimento do meu primeiro filho, e se havia, o que por certo não havia, era dinheiro sobrando, pra comprá-las.
A hora do banho, tem sido uma emoção à parte. Ah, que delícia dar o primeiro banho em um netinho, aquele ser pequenino, totalmente aos cuidados das nossas mãos.
Tenho acompanhado sempre que possível, a ida dos netinhos, ao pediatra, e na hora das vacinas, (e hoje são tantas) choro junto com os dois. Minha nora e minha filha, tem se mostrado mais corajosas e preparadas do que eu.
Aprendi a brincar no chão. Confesso que com os meus filhos, quase não brinquei, cuidei muito, mas brinquei pouco. O tempo era curto, para as duas coisas. Com os dois netinhos, tenho brincado até me fartar e cansa-los, mesmo que para me levantar do chão, custe um longo tempo, e algumas dores.
Domingo que passou, meu filho que reside em outro país, mandou um video com a primeira aula de natação do meu netinho, e, não deu para evitar, as lágrimas rolaram feito um rio de águas mansas e doces.
Creio que lágrimas de alegria, são doces feito mel, as que escorrem salgadas, são as de tristeza.
Ao vê-lo segurando seu filhinho dentro da piscina, repetindo o que a professora mandava fazer, imediatamente lembrei-me dele, quando criança, ele adorava se jogar na piscina ou no mar, mesmo sem saber ainda nadar, nos dando muitos sustos.
A vida se repagina com a chegada dos netos, cenas semelhantes as já vividas com nossos filhos, tomam novo colorido.
Dias desses, uma amiga me disse enquanto tomávamos um café, você ainda não aderiu a nova febre do momento? Perguntei-lhe do que se tratava, e ela me disse: "Os novos livros de colorir", e rapidamente tirou um da bolsa.
Achei interessante, mas confesso que não me interessei muito. No momento, tenho usado muitas cores, para deixar a vida dos meus dois netinhos o mais alegre possível. Tenho usado os tons rubros, para mostrar a eles o quanto já os amo, os tons verdes, para ensiná-los a guardar sempre a fé e a esperança, os tons azuis, para realçar em cada um deles a paz, a serenidade.
Ah, tem sido um livro e tanto, esse que passei a colorir desde que recebi meus netinhos de presente do Criador da vida.
E, tenho pedido muito a Ele, que me inspire a ser uma boa avó, equiibrando sempre amor e disciplina.
Minha gratidão é imensa, pela oportunidade de experimentar um sentimento tão grandioso.
Sem dúvida, o amor prega muitas peças, não importa o avançar dos anos, vem me mostrar o quanto estou engatinhado na arte de aprender a amar.
(Imagem: Lenapena)