Menino ou menina?

Nasci em 62. Oitavo filho de uma família de nove. Tempos de larga fertilidade. O caçula só é caçula pois logo depois de seu nascimento, 1966, popularizou-se a pílula.

Graças a vários fatores tive com minha companheira três lindos filhos. Duas meninas e um menino.

Hoje observo amigos e colegas próximos, ainda na idade fértil, planejando a concepção de seus filhos. Uso aqui o plural pois são muitos amigos. A prática demonstra que casais com dois ou três filhos são exceção.

Vencida a etapa de decidir em ter um filho, surge a grande questão: Menina ou menino?

Nunca imaginei que fosse um dia, ser interpelado sobre minhas experiência nesse campo.

- Me diga como é ter um menino? Como é ter uma Menina? Como fazer para ter um ou outro?

Como se pudesse ser escolhido... Na linha do pensamento positivo, em voga, defendo:

-Se você desejar muito, pode ter aquilo que deseja...

Mas como é determinado o sexo de um bebê?

Tecnicamente simples. A mulher só produz óvulo com cromossomo x, enquanto o homem produz tanto os espermatozoides x e y. Assim, quando o óvulo é fecundado por espermatozoide x, resulta em menina, e quando é fecundado por espermatozoide y, resulta em menino.

Estatisticamente existe a possibilidade de gerar um menino ou uma menina, com 50% de probabilidade.

Há quem creia que a definição do sexo é obra de deus.

Quando resvala pra esse lado reforço, que não duvido e acredito inclusive que Ele deve entender muito de estatísticas pois o contingente feminino é de 51,5%, conforme dados atualizados do pnad (pesquisas nacional por amostras de domicílios) do IBGE.

Mas a insistência, e a recorrência são comuns nesses diálogos.

A cultura popular tem soluções e explicações para tudo. É onde me agarro. É dito popular que para conceber um menino, quem deve provocar a relação é o homem. Deve ser a noite e o dia ímpar.

Se for uma relação iniciada pela mulher, é menina na certa, observado o turno da tarde e os dias pares. É determinante que a mulher chegue ao orgasmo primeiro, no caso da concepção de um menino.

Olha...tenho lá minhas dúvidas, insistem.

Para apimentar essa discussão, coloco minha experiência, como balizadora dos meus conselhos.

Na linha do conhecimento popular tenho afirmado que para fazer uma menina é necessário que o casal tenha uma relação papai e mamãe, contida, no meio da cama.

Para o caso de desejar ter um menino, da mesma forma contida, utilizando, porém, um dos lados da cama e não no centro como no caso do menino. Esses cuidados trazem resultados satisfatórios.

Uma inquisidora, ansiosa, não se contendo, tendo em mente as inúmeras possibilidades de relacionamento entre um casal perguntou:

- Bom, e se o casal for pós-moderno, não muito tradicional, usando diferentes estratégias e espaços, posições... o que acontece?

Me restou alertar:

- O futuro desse Ser , assim concebido, é compor a parada que reúne 100 mil na avenida paulista, todo ano. Aliás, movimento bem superior a aquele do dia 15 de março.

Antes de qualquer maior reação, para acalma-la, completei dizendo que orientações médicas podem ajudar os casais a terem um bebê do sexo desejado. Sugeri que conversasse com seu médico quanto à relação sexual e outros cuidados.

Depois... não fui mais interpelado.