M E D Í O C R E
É duro quando a ficha cai e quem é metido a bambambã constata que é apenas um homem comum com suas limitações, contradições, fraquezas e defeitos. Que não é um superhomem, um herói e nem um gênio, que é apenas um a mais em meio à multidão.
Pode até sentir um desalento, mas, por outro lado, se houver um mínimo de lucidez e o pseudo gênio não entrar em parafuso, será algo positivo e que pode, quem sabe, trazer felicidade, sentir que é saudável enquadrar-se à realidade, perdendo a presunção obtuosa e rasgando a fantasia de maioral.
Mais: reconhecendo o tamanho exato de suas virtudes e das imperfeições, pode ter sonhos normais, porque sem sonhos não se vive, o cara vegeta. Mas sonhos normais, nunca alucinatórios porque quando isso acontece o sujeito pode ter que vestir uma camisa especial, a camosa de força.
No mais, às vezes é bom assumir conscienteente que é alguém, digamos, medíocre, um participante dessa multidão que é maioria na nossa paisagem humana. É como disse José Ingenieros: "o elemento natural da sociedade não é o gênio, nem o idiota; não é o talento nem o imbecil. É o homem que nos rodeia aos milhares, o que prospera e se reproduz no silêncio e na treva: é o medíocre". E priu.