Devaneios de um sabichão
Um sabichão chegou a mim e perguntou:
- Tu acredita mesmo no amor?
Respondi:
- Sim.
Ele riu e emendou:
- O amor não existe.
E eu? Ri copiosamente.
O sabichão bravo perguntou:
- Qual é a graça?
Eu disse:
- Óbvio que o amor não existe, pensou que descobriu o mundo ao saber disso?
O sabichão ainda sem entender perguntou:
- Por que então acredita no amor?
Não respondi, apenas perguntei:
- O que você sente pelas pessoas?
Ele apressadamente respondeu:
- Indiferença.
E eu? Novamente ri copiosamente.
O sabichão querendo me encher de porradas perguntou novamente:
- Qual é a graça?
Eu disse:
- A indiferença não existe.
O sabichão contendo a sua fúria apenas disse que eu era louco e foi embora.
Ufa pensei que iria levar uns socos.
Pessoas existem.
Os conceitos somos nós.
Nós que amamos.
Nós que odiamos.
Nós que sorrimos.
Nós que choramos.
Nós que morremos.
Nós que matamos.
Nós que sentimos.
Nós que "indiferenciamos".
Nós que fazemos paz.
Nós que fazemos guerra.
Nós que agregamos.
Nós que desagregamos.
Nós que consumimos.
Nós que descartamos.
Nós, somente nós.
A questão não é acreditar, a questão é ser aquilo que acreditamos valer a pena!
O amor? Ah ele não existe.
Nós existimos...