Mar Adentro
Rosa Pena
Nasci humano. Não nasci planta, pois esta veio preparada para matar a sede com a água da chuva. Pior mesmo é não conseguir alcançá-la!Nasci humano porque assim nasci. Por que devo viver como um vegetal, sem sequer usufruir o sol, se não darei flores, não renderei frutos, não enfeito?
Ramón Sampedro é um homem que luta para ter o direito de pôr fim à sua própria vida. Na juventude ele sofreu um acidente, que o deixou tetraplégico e preso a uma cama por 28 anos. Extremamente inteligente Ramón decide lutar pelo direito de decidir sobre sua própria vida. Quer morrer com a mesma dignidade com que nasceu.
A grande discussão sobre este filme consiste em se afirmar que ele defende a eutanásia, quando o que percebo com muita clareza é que Rámon (personagem baseado na vida real do escritor Ramón), defende a liberdade individual de cada um, inclusive a de tirar a própria vida. É a mesma coisa, dizem alguns, se o diretor não deixasse bem claro a lucidez do personagem em declarar em alto e bom-tom, que não está induzindo essa pratica a todos os tetraplégicos ou doentes terminais. O que o personagem teima em defender é o seu direito de fazer o que bem entender com seu corpo matéria, tendo em vista que este continua aqui apenas ocupando espaço no planeta, sem utilidade e principalmente sem prazer. Se ele não acredita em vida pós-morte, não concebe ficar aqui para sofrer. Quer o seu direito de cidadão, para dar um basta a sua dor.
O personagem apresentado não é um revoltado, nem depressivo, aliás, ao contrário, passa o tempo todo com um sorriso nos lábios, como uma máscara protetora. Afirma, inclusive, que faz assim para minorar o trabalho de quem trata dele. Cuidar de um baixo astral é dose!
É óbvio que entra em campo minado, pois entra no direito inalienável, estabelecido pelos que acreditam em Deus e todos os demais conceitos pré-fabricados de valores inatacáveis.
Ele não faz apologia à eutanásia, muito menos eu!
Grita pela massificação e repressão as liberdades, por seus direitos, inclusive o de ser ateu.
Levou-me a reflexão, apesar de ter fé em Deus. Mas, se Nele acredito, tenho o dever de respeitar a todos independentemente de crenças.
Vale a pena ver, se não pela história, pelo desempenho brilhante Javier Bardem no papel de Ramón.
Rosa Pena
Nasci humano. Não nasci planta, pois esta veio preparada para matar a sede com a água da chuva. Pior mesmo é não conseguir alcançá-la!Nasci humano porque assim nasci. Por que devo viver como um vegetal, sem sequer usufruir o sol, se não darei flores, não renderei frutos, não enfeito?
Ramón Sampedro é um homem que luta para ter o direito de pôr fim à sua própria vida. Na juventude ele sofreu um acidente, que o deixou tetraplégico e preso a uma cama por 28 anos. Extremamente inteligente Ramón decide lutar pelo direito de decidir sobre sua própria vida. Quer morrer com a mesma dignidade com que nasceu.
A grande discussão sobre este filme consiste em se afirmar que ele defende a eutanásia, quando o que percebo com muita clareza é que Rámon (personagem baseado na vida real do escritor Ramón), defende a liberdade individual de cada um, inclusive a de tirar a própria vida. É a mesma coisa, dizem alguns, se o diretor não deixasse bem claro a lucidez do personagem em declarar em alto e bom-tom, que não está induzindo essa pratica a todos os tetraplégicos ou doentes terminais. O que o personagem teima em defender é o seu direito de fazer o que bem entender com seu corpo matéria, tendo em vista que este continua aqui apenas ocupando espaço no planeta, sem utilidade e principalmente sem prazer. Se ele não acredita em vida pós-morte, não concebe ficar aqui para sofrer. Quer o seu direito de cidadão, para dar um basta a sua dor.
O personagem apresentado não é um revoltado, nem depressivo, aliás, ao contrário, passa o tempo todo com um sorriso nos lábios, como uma máscara protetora. Afirma, inclusive, que faz assim para minorar o trabalho de quem trata dele. Cuidar de um baixo astral é dose!
É óbvio que entra em campo minado, pois entra no direito inalienável, estabelecido pelos que acreditam em Deus e todos os demais conceitos pré-fabricados de valores inatacáveis.
Ele não faz apologia à eutanásia, muito menos eu!
Grita pela massificação e repressão as liberdades, por seus direitos, inclusive o de ser ateu.
Levou-me a reflexão, apesar de ter fé em Deus. Mas, se Nele acredito, tenho o dever de respeitar a todos independentemente de crenças.
Vale a pena ver, se não pela história, pelo desempenho brilhante Javier Bardem no papel de Ramón.