CRONIQUETA NOIR

Não, não resta nada. Só o desalento, a desilução. O travo na garganta. A insatisfação. A frustração. O amargor da derrota. Vencido, rendido, fodido - e mal pago.

Gente assim não vive, vegeta. Bate continência e marcha ao grito de "ordinário marche! do prepotente e mandachuva do momento. Subservinte, amestrado, capacho. Sem opinião, sem altivez, sem brio, sem amor próprio.

Mas, às vezes, um resquício de caráter brota do recôndito do seu ser. Mas é algo breve, uma fagulha, um lampejo. Como se fosse um delírio. O que prepondera nisso é a desilusão e a solidão. Lembra o samba: Solidão é laca que cobre tudo... Desilusão, desilusão danço eu, dança você, na dança da solidão. E neca de pitibriba de esperança. É apenas umm morto-vivo,, um caso perdido.

Quem não conhece alguns desses tipos? Pululam adoidados em todo lugar, são zumbis, assombrações, imitação de gente. É uma pena.

Dartagnan Ferraz
Enviado por Dartagnan Ferraz em 17/05/2015
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