Mente e Coração
Chegando à margem do rio
Pude ver a balsa já distante
Mas aquela sempre me fora
Uma viagem tão sonhada
Acreditei poder alcançá-la
E lançando-me nas águas
Nadei resoluto em sua direção
E quando o êxito parecia certo
Veio um forte vento contrário
E não pude vencer sua força
Então levado pela correnteza
Num turbilhão insuperável
Vi a balsa se perder no horizonte
Assim, num esforço sobre-humano
Só é possível evitar submergir
Esperar que a correnteza se acalme
E o vento se me torne favorável
Nadar com calma e suavidade
Poupando forças com esperança
De que sendo levado pelas águas
Possa alcançar a margem nalgum lugar
Torcendo para que enquanto espero
Não surja uma cachoeira pelo caminho
E o pesadelo em que o sonho se tornou
Esquecer, e de uma vez por todas aprender
A levar o cérebro junto quando seguir o coração