CRÔNICA DE UMA VIAGEM ACIDENTADA (A PASSAGEM PELA SÉRIE B)
Fazendo uma analogia com alguém que sai de casa, que altera sua rotina e que, com um olhar de fora, tenha condições de refletir sobre os fatos recentes que mudaram os rumos dos seus objetivos, que desviaram da rota as perspectivas traçadas fazendo com que, ao dobrar a esquina, tudo se perdesse na escuridão de um passo mal dado, assim, com todas as características de quem caiu, mas sabe que é forte o suficiente para se erguer e prosseguir, assim vive o Botafogo em 2015.
Não é fácil ter esse desprendimento, é preciso muita confiança em si e suas estruturas. A desconfiança vai estar presente em qualquer tropeço, em cada frase dita dentro de um contexto tenso de onde podem se aproveitar os que não querem que o gigante se levante e se alimente de suas glórias.
Essa viagem é necessária para uma reciclagem geral e até para conhecimento de horizontes distantes, lugares e instituições marginalizadas e oprimidas pelo grande monstro capitalista e voraz. O fato de não estar participando da festa da elite, não minimiza a alegria e nem diminui a história. A maioria dos “vips” só foi convidada para fazer número, não são capazes de reconhecer que precisam de ares novos, beber em fontes menos poluídas de onde descubram suas origens. Tem muito mendigo nobre nessa festa pobre!
Sinceramente, tenho muito orgulho em assistir a caminhada que o nosso Glorioso começou na série B. Futebol não é só ganhar, muito menos fazer número. A cultura popular precisa da força desse esporte, mas que seja autentico e genuíno como a arte. Um clube do porte do Botafogo engrandece qualquer disputa e vai além, vai muito mais além do que as rivalidades podem alcançar.
Uma Estrela brilha em qualquer situação, mesmo que as nuvens façam cortina, elas estarão por cima das nuvens com toda sua intensidade luminosa. Tenho certeza que a camisa, a história e a elegância de seus atletas deixarão um legado por onde passar, em cada estádio que a bola rolar, em cada gol, cada passe, nas defesas do nosso arqueiro e ídolo (o melhor goleiro o Brasil), na regra três, na prancheta do maestro, na bandeira que carrega o escudo mais bonito do mundo.
Nesse início de série B, parabenizo os clubes desejando que cada um faça o seu melhor e que seus torcedores sintam-se orgulhosos. Saudações à: ABC, América MG, Atlético GO, Bahia, Boa Esporte, Bragantino, Ceará, CRB, Criciúma, Luverdense, Macaé, Mogi Morim, Náutico, Oeste, Paraná, Paysandu, Sampaio Corrêa, Santa Cruz e Vitória.
A grandeza não está em vencer o grande, mas em respeitar o pequeno! SAN!
Ricardo Mezavila.