ESMOLA SEQUENCIAL.

Shopenhauer está em moda, é preciso compreender a natureza humana, mas é difícil se adaptar, sobreviver e bem mais, se proteger, nesse sentido tudo é engenhosamente trabalhado, com recursos de inteligência sofisticada, ou parcos recursos cerebrais, mesmo dos que têm pouco como o miserável que esmola nas esquinas da vida.

“As alegrias da vida são como esmolas colocadas no prato do mendigo. Com elas consegue sobreviver para continuar na miséria”. Shopenhauer.

Esta a centralização do que se vive em termos de esmolas de Estado com amplo espectro nesses lados da América, bastante presencial em fatos. Perfeita definição da mecânica de conceder para obter, mas com os freios para não fazer o independer.

Mentes treinadas entendem esses conceitos como claros e intransponíveis, elas esperam a temporalidade soberana resolver, mas é preciso atravessar a borrasca e tentar menor contaminação. A visão pessimista de Shopenhauer é dura e cruel, mas não é hipócrita. Não poderia a grandiosidade da vida de uma pessoa reduzir-se somente a esmolas passageiras, afastada a profunda necessidade que é direito de todos.

Não se existe como pessoa, mas como objeto político de escalada de poder. É assim na América Latina.

Os homens estão cansados dessas esmolas que alguns poucos escolheram como caminho para dar asas ao poder, para retendo em proveito próprio o que é de todos, destinar a muitos os restos que são esmolas, migalhas que fazem alastrar a fome e a indignidade da existência, em rito sequencial.

E o fazem através de engenhos pouco inteligentes, mas que ganham força e universo maior por falta de discernimento desses muitos que pela ignorância e deseducação se satisfazem com esse pouco que nem mesmo a fome sacia.

E ecoa a exortação. Até quando a humanidade viverá de necessidades, desigualdade, sofrimentos, mortes desnecessárias, fome, egoísmos e descrenças?

Há uma ordem na desordem, nós é que não a entendemos.

Alguns chegam a alguma coisa. Muitos já podem avaliar o que antes era impossível perceber. Quem sofre identifica a razão de sofrer.

Há uma razão para eu perder o pouco que eu tinha ontem (emprego, teto e comida, ainda que simples) e para continuar a não ter o que eu tinha direito e nunca tive (saúde e educação).

Celso Panza
Enviado por Celso Panza em 15/05/2015
Reeditado em 15/05/2015
Código do texto: T5243042
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