O enterro
O enterro
Certa vez fui a um enterro.Havia falecido uma grande amiga e vizinha.Eu estava muito triste de verdade.Fui acompanhada de uma amiga também minha vizinha.Essa minha amiga era uma senhora mais idosa, tinha por volta dos 70 anos.
Acontece que ela foi caminhando até o ponto do ônibus e conversando comigo, ela estava com um xale rosa no pescoço e dizia que amava aquele xale, tinha ido com ele ao enterro porque queria homenagear a amiga falecida.(ela também admirava o xale).
Entramos num ônibus superlotado, de manhã cedo, todo mundo inventa de trabalhar!
tentávamos andar para o fundo do ônibus pois o percurso era curto e depois como sair?
E lá fomos nós!
Quando chegamos perto da porta de saída já quase no nosso ponto a minha companhia deu um chilique!
Imaginem que ela notou que seu xale havia sumido.Ficou pelo meio do caminho dentro do ônibus.Ela gritava desesperadamente: Meu xale! Eu quero meu xale!!
Ninguém entendia nada. Ela gritava: Como vou ao enterro sem o xale! Como posso chegar lá sem ele!
Todos pensavam que ela era doida!
O que impede de alguém ir num enterro sem um xale!
Alguns riam, outros faziam cara de estranhamento. E o ponto chegou.
Ônibus parado..motorista impaciente....passageiros querendo seguir viagem e ela? Queria o xale!
Eu que estava imaginando que alguém teria escondido o dito cujo falei: Liberem logo esse xale! nada, não liberaram.
Minha amiga resolveu ligar para a polícia.O motorista já estava com a cabeça debruçada no volante.O cobrador xingando!
Até que alguém resolveu liberar finalmente o preciosos xale e lá veio ele passando de mão em mão até chegar em nossas mãos.
Descemos em meio a vaias.Penso que todos vocês já devem ter percebido que aguentei o quanto pude a risada durante o enterro.Quando não dava cobria o rosto para rir sossegada.
E até hoje ninguém sabe porque ele não podia participar do enterro sem o xale!