OS PERFEITOS
Quem ainda tem saco para ouvir os discursos e pronunciamentos dos políticos vai concordar comigo: nunca ouviram um deles confessar um mísero pecadilho, um pequenino erro, reconhecer de público uma limitação. Não, se dizem modelos, exemplos, superhomens.
Eu tenho um amigo em Arcoverde, porta do sertão pernambucano, que conta um episódio divertido acontecido com um tio dele. Este era um sujeito muito direito mas também meio esquisito e que nunca gostou da política. Jovem sentou praça na pol´´icia militar e foi combater Lampião e os cangaceiros, mas contava que nunca ficara frente a frente com nenhum deles, jjamais coontou uma vantagem sobre esse tempo de sua vida. Quando deu baixa foi trabalhar com o pai que era comerciante na cidade da Pedra, vizinho de Arcoverde. Pois bem, numa detterminada eleição, colocar seu nome na lista dos candidatos a vereador. Ele fez o que pode para retirarem, mas naquela época a vontade dos chefes políticos era lei. Que fez ele? Saiu da casa em casa falando com as pessoas e pedindo pelo amor de Deus quue não votassem nele, que era um cabra muito ruim que não valia nada, que tinha toda sorete de defeitos e etc e coisa e tal. Resultado: foi o candidato mais votado a vereador. Renunciou antes de tomar posse.
Aos atuais políticos falta um pouquuinho da atitude desse cara, confessando um pecadilho, sendo humilde, fazendo autocrítica. Mas preferem apenas bancar os perfeitos. Só vai rindo.