Segredos
Infinitos segredos ocupam um coração reprimido, entrelaçado por memórias intensas. A presença afável e contraditoriamente causadora de impactos, traz a dor, que por sua vez me contorce e me transforma em palavra, mas a palavra tornou-se obsoleta, encanta os ouvidos, mas não se materializa em ações. Teu amor é a palavra.
Lá fora é ensolarado, aqui dentro as nuvens carregadas dançam, cercadas por enigmas jamais decifrados por mortais, exceto por aquele que possui a adaga marcada pelo meu sangue. Ser que sorri com meu coração em suas mãos. Apago seu nome do tempo, mas sua marca transcende por muitas estações, envolvendo meus punhos.
E foi no fim de um crepúsculo que compreendi, admirando a linha que separa dois mundos, senti os sinais que me puxavam para longe das tuas teias invisíveis, onde meu peito era dor e meu corpo físico era vulnerável, até os ventos poderiam me lançar para longe com demasiada fraqueza.
Seus olhos eram a morte, mas me salvariam daquele deserto. A frieza da minha alma não revelava a tempestade que transbordava pelos meus poros e fazia chover em meu rosto pálido. Gritos abafados pelo ego destruído, pelo amor repudiado e amaldiçoado por nós. Para eu estar aqui nesse muro de lamentações.
Pra você meu anjo negro, mais uma letra!