A dor da saudade

Por mais que tente ser forte

Choro a dor da saudade

Do encontro (ao menos aqui no planeta) que não mais acontecerá

Da espera por sua chegada de Campinas (eu e o Fred) lá na pracinha

Da sua gargalhada constante e deliciosa

Do “arara” feliz quando avistava sua tia Tânia

Do bom dia mãe, todas as manhãs, onde quer que estivesse.

Das suas broncas com o jeitinho brasileiro...

Do trânsito infernal e desrespeitoso

Do sorriso no olhar ao entrar num restaurante japonês

Por mais que tente ser forte

Choro copiosamente e sempre

Choro a saudade e o orgulho que você me causava quando defendia os mais necessitados,

os negros e os indefesos

Saudade do intenso amor à família, toda ela.

Seus primos especialmente

Das suas preocupações com eles (Renam e Chris)

Da sua facilidade de comunicação com as crianças, jovens e seu amor pelos idosos.

Ah! Filha minha! Que saudade doída!

Dos apertos na minha bochecha

Da sua dedicação e cuidado com minha saúde, hoje mais frágil.

Do orgulho com que mencionava o meu nome e a minha história.

Nosso tempo foi curtinho, né filha!

Mas tão intenso!

Pensei terminar meu tempo aqui na terra olhando para você e agradecendo.

Pensei ter netinhos (mesmo adotados como você mesma dizia) por dedicar tanto tempo aos estudos e julgar que não daria tempo para engravidar.

Pensei, sonhei...

Não houve tempo

Saudade imensa de você, filha minha.

Saudade...