Agonia do Ferroviário: um mutirão do desporto cearense poderia ressuscitar um pioneiro do futebol cearense e nacional
O Ferroviário Atlético Clube passa por séria crise financeira e administrativa, o que levou à renúncia de toda a diretoria executiva da agremiação coral. Sem dinheiro para manter os compromissos e com mais de duzentas dívidas trabalhistas contra si e com a equipe disputando a Segunda Divisão e sem chances de acesso, uma das maiores forças do futebol cearense e nordestino, corre sério risco de se extinguir, tal como ocorreu com clubes que chegaram, inclusive, a serem campeões cearenses, tais como Gentilândia Atlético Clube, Orion Futebol Clube, Sport Club Maguari, Tramways Sport Club, dentre outros. Mas a extinção do Ferroviário traria prejuízos bem maiores que as outras agremiações já extintas .
O time foi fundado e mantido por operários da antiga Rede de Viação Cearense,sendo um dos responsáveis pela democratização do futebol nacional além de ser também um dos responsáveis pela profissionalização do futebol no estado do Ceará.
Sua importância para a revelação de grandes craques para o futebol brasileiro é relevante: Jardel, Mota, Mazinho Loyola, Jorge Veras, Iarley, Ediglê, Márcio Mossoró, Pacoti, foram algumas das contribuições que o Ferrim deu ao futebol brasileiro ao revelá-los em suas Categorias de Base. Sem se falar em outros craques que não foram "crias" do Ferroviário, mas se destacaram no Ferrim e posteriormente contratados por grandes clubes brasileiros tais com Clemer, Marcelo Veiga, Celso Gavião, Nasa, Lima, Amiltom Melo, afora outros menos conhecidos.
Sua história de participação em torneios nacionais não é modesta. Participou seis vezes da Série A do Campeonato Brasileiro , oito da B e doze vezes da C.
O Ferroviário tem a terceira maior torcida da capital após Fortaleza e Ceará e um estádio com capacidade para 4.200 pessoas. O Tubarão da Barra conquistou nove títulos estaduais e 20 vezes o vice-campeonato estadual.
Com uma história tão rica e uma importância enorme para o futebol cearense e nacional, pergunta-se: por que os dois grandes clubes do estado , Ceará e Fortaleza não se unem para dar uma força ao Ferrão? Para a Segundona do próximo ano, Ceará e Fortaleza poderiam ceder sem ônus ao Ferroviário atletas que não estivessem sendo utilizados,mas que tivessem condição de envergar a camisa coral disputando a Segundona Cearense. Após o termino da competição esses jogadores poderiam voltar até mais valorizados para suas agremiações de origem. E a FCF o que fará pelo Ferroviário? O Governo do Estado e a Prefeitura de Fortaleza e outras empresas que ajudam Ceará e Fortaleza, o que farão pelo Ferrim? Ficaremos apenas assistindo um time tão importante para o futebol cearense agonizar? Então, que tal um mutirão para salvar o Ferroviário?
Marcos Antonio Vasconcelos Rodrigues ,redator do Site Eternamente Futebol