Natureza Revolta

Diante do sereno e contemplativo ballet das aves em revoada vi-me desnudado de todas as mundanas inquietações. O bater de asas lhes proporcionavam velocidade e altitude e pouco à pouco distanciavam-se de minha observação até que não pude mais visualizá-las. Caminhava pela areia da praia e quão agradável era sentir a fina areia em baixo de meus pés, além da brisa marítima em meu rosto! Desapercebidamente, não notara que o mar estava revolto e uma onda me tomou por inteiro, fazendo-me esbravejar contra Netuno, o mitológico senhor dos mares. Como castigo às injúrias declamadas para a divindade, de súbito uma tormenta se aproximou de mim. Raios começaram a riscar inclemente o céu outrora azul e o ensurdecedor barulho de trovões me fizera ponderar de que era necessário retornar ao meu lar. Diante do que não se pode domar, resigna-se o homem em suas incapacidades.

Caio Ferro
Enviado por Caio Ferro em 13/05/2015
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