LER E COMPREENDER PARA PODER APRENDER.

EXISTÊNCIA E SEUS PREDICADOS. DIDÁTICA.

De juízos são feitos os procedimentos humanos, mesmo a disfunção mais rasa pode perceber a insciência, absoluta ou relativa. É o aspecto psicológico-volitivo da maneira de ser de cada um, com ou sem patologia severa. Mas o aspecto pessoal é soberano no resultado da volição. Se manifesta por ele a mecânica da vontade desde o retrato ótico do que se quer ou vai fazer até a ultimação do resultado. Assim existem as diversas formas de caracterização de ler, compreender e se possível aprender.

Não é a vontade de ler este ou aquele texto desta ou daquela matéria literária, seja qual for o compartimento em que se insere, que fará a pessoa compreender, difícil estágio, acima do perfunctório e simples entender, para poder aprender após, objeto final da ótica iniciada que remeteu ao cérebro a vontade que se materializará ou não.

Quando as limitações são fortes, e isso se vê em salas de aprendizado, e muito, não adianta ler, pois não se vai compreender e muito menos aprender. E didáticas exercidas se frustram. A internet é um laboratório dessas realidades e mesmo aqui se constata a irrefreável vontade de posições que mostram não só deficiência, mas o "phatos" inconfundível, sequelas originárias ou adquiridas.

É como um edifício de dez andares, o aprender afinal, não se começa pelo último andar a construção, inicia-se pelo alicerce, melhor, alicerces, e estes são a potencialidade para o aprendizado, inteligência capacitada (quando ausente patologia), e a formação parte por parte, avançando ou não, pelo estudo.

Kant assinalava que a viga mestra do problema crítico, logicamente impulsionado pela vontade, como tudo, é o juízo, única raiz da verdade e do erro. É doutrina escolástica, egressa de São Tomás de Aquino. O juízo exclui àqueles puramente analíticos e também os sintéticos a posteriori, retendo somente os sintéticos a priori, já que Kant só considera esse último como juízo científico para determinar o funcionamento da razão nas ciências.

Existência não é um predicado real, determinante de uma centralidade. Muitos existem. O principal e determinante são os juízos. Existir não configura de forma notável e exclusiva, como claro para quem lê, compreende e aprende, um predicado real, uma configuração conceitual, que possa acrescer.

Ser não é, destaque-se, “um predicado que adiciona algo ao conceito do sujeito e o amplia”, diz Kant.

Existência, como predicado, soma alguma coisa ao existir? A relação entre existência e possibilidade difere de existência como predicado.

Com objetividade projeta-se o existir sem predicado dos juízos que não possibilitam ler e compreender, e por isso nada adquirir em saber. São claras as vontades externadas por vezes de arrolar o que não se pode compreender e aprender, pela diminuição de juízos declarados, e assim sinalizam em alguns excertos antecipados por confessadas limitações, adjetivadas, mas de qualquer forma se pode ler, e se deve ler, para tentar avançar. Que seja minimamente ainda que maximizadas as difíceis barreiras dos juízos como predicados apontados no kantismo.

Celso Panza
Enviado por Celso Panza em 12/05/2015
Código do texto: T5239651
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