Reencarnação

Andando pela estação da Luz, ou quase isso, porque não se anda no metrô as 18:45 em dias úteis, a gente segue o fluxo e vai... simplesmente vai pra onde a maré te levar, ouvi alguém perguntar para um amigo se ele acreditava em reencarnação.

Na mesma hora eu viajei, já que as funções motoras seguiam à plena inconciência da multidão e não precisavam de mim presente, parti para o passado.

De fato eu cheguei a crêr na idéia da reencarnação. Pensava em evoluir, em ter infinitas oportunidades para poder acertar aqui embaixo, crescer como ser e me tornar superior, capaz de ajudar aos outros na mesma empreitada.

E quando assisti a produção de Wagner de Assis, o filme Nosso Lar (2010), pensei: Puxa, que puxa e repuxa! Que incrível a ideia de reencarnar para evoluir!

Cri que somente uma vida de sofrimento era capaz de nos ensinar lições espirituais de valor que influiam na alma a superioridade que todo ser precisava.

Mas hoje eu tive um devaneio, se é que posso chamá-lo assim.

Na verdade, eu sempre fui e sempre serei aberto a mudanças, as multiplas verdades do universo. Estou propenso a mudar de opinião constantemente, desde que a nova verdade seja aceitável, viável, e se possível, que seja provada.

Sempre questiono e tomo o que considero melhor como verdade. Nisso somos todos assim; vai dizer que não?

O causo é que eu estive pensando: Santo Deus, já não basta tanto sofrimento numa vida só? Como é que eu poderia querer voltar pra esse mundo infernoso?

Não... não sei se eu preciso evoluir mais, mas essa idéia, de repente, pareceu ridícula. "Se (pelo menos) eu fosse um político, minha vida não seria assim" como diria Ed Motta. Porém, eu vim assim, pobrezão!

Feliz quando escrevo uma canção ou poema. Com alma de artista, mas sem o glamour e a fama!

Sofro mais que burro de carga para ganhar misérias e ainda tento ser o mais honesto e altruísta possível.

Hoje eu prefiro acreditar que uma vida já é mais que o bastante para se provar digno de um paraíso, nada de ter que voltar dezenas de vezes pra sofrer de novo e de novo...

Deus é Pai! E eu sou filho! Morreu... segue-se o juizo.

Por favor, que assim seja aí no além. Agradecido!